António Arroio 1856-1934 Engenheiro, político, professor e crítico de arte |
António José Arroio nasceu no Porto, numa família de artistas, a 19 de fevereiro de 1856. Filho do compositor e músico de origem espanhola José Francisco Arroio (1818-1886) e de Rita Xavier de Rosola Arroio, teve 4 irmãos: o conselheiro João Marcelino de Arroio (1861-1930), José Diogo Arroio, Beatriz e Rita Arroio.
António Arroio obteve uma sólida formação musical. Tocava piano e cantava. Participou no movimento artístico portuense promovido pelo pai e pelo pedagogo e musicólogo Bernardo Moreira de Sá (1853-1924).
Engenheiro formado pela Academia Politécnica do Porto em 1878, trabalhou na construção dos Caminhos-de-Ferro da Beira-Baixa, da Beira-Alta, do Sul e do Sudoeste. Em 1881 ingressou no Ministério das Obras Públicas (1881-1890), onde foi responsável pelos serviços de inspeção e receção de material comprado no estrangeiro.
Entre 1886 e 1890 viajou pela Europa e fixou residência em Bruxelas, o que lhe permitiu conviver com intelectuais e artistas belgas. Entre eles, o historiador de arte Fierens Gevaert (1870-1926) e o violinista e compositor Eugène-Auguste Ysaÿe (1858-1931).
Foi Inspetor do Ensino Elementar Industrial e Comercial, entre 1890 e 1926, tendo, no desempenho desse cargo, promovido o Ensino Técnico e das Artes Aplicadas. Também no ano de 1890 foi eleito deputado às Cortes, pelo círculo de Paredes, pelo Partido Regenerador.
António Arroio foi também vogal da Comissão Portuguesa da Exposição Universal de Paris, de 1900, tendo dirigido neste certame os trabalhos da comissão organizadora da representação nacional e vogal do Conselho Superior de Obras Públicas (1926-1928).
Foi autor de vasta bibliografia, escrevendo sobre literatura, arte e música. Escreveu, entre outras obras: Soares dos Reis e Teixeira Lopes (1899), A Música de Wagner e a Arte do Canto (1906-1907), O Canto Coral e a sua Função Social (1909), O Caso do Monumento ao Marquês de Pombal (1914) e Singularidades da Minha Terra (1917). Co-escreveu Notas sobre Portugal: Exposição Nacional do Rio de Janeiro (1908-1909) e traduziu contos franceses para a revista A Águia, reunidos sob o título Os novos tempos e a literatura.
Colaborou em diversas publicações periódicas: Brasil-Portugal (1899-1914), Serões (1901-1911), Revista do Conservatório Real de Lisboa (1902), Atlântida (1915-1920), Pela Grei (1918-1919).
Foi sócio-fundador da Liga da Educação Nacional (1908) e apresentou uma proposta para a nova bandeira nacional, após a implantação da República.
Morreu em Lisboa a 25 de março de 1934.
É o patrono da Escola Artística António Arroio, em Lisboa.
(Universidade do Porto Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2016)