Diogo Kopke 1805-1844 Matemático, militar, lente e editor |
Diogo Kopke, filho de Diogo Kopke e de Ana Barbosa Ayalla, nasceu no Porto a 16 de fevereiro de 1805.
Estudou em Inglaterra e prosseguiu os estudos na Universidade de Coimbra, onde frequentou os primeiros anos dos cursos de Matemática e Filosofia, preparatórios para Medicina, e depois se formou em Matemática.
Assentou praça como cadete do 4.º regimento de Artilharia e logo foi promovido a um posto condizente com a sua formação.
Em 1828 partiu para o exílio, depois de ter participado na revolta liberal do Porto de 16 de maio desse ano. Era então tenente adido ao Estado-maior. Enquanto esteve em França e em Inglaterra, frequentou a biblioteca de Rennes e colaborou no Plymouth & Davenport Journal.
De volta a Portugal, comandou várias baterias no Cerco do Porto (1832-1833) e distinguiu-se na Batalha de Asseiceira. Foi distinguido com a Ordem Militar da Torre e Espada. A 24 de julho de 1834 foi promovido a capitão.
Pelo decreto de 23 de outubro e carta régia de 8 de dezembro de 1836 foi nomeado lente do 3.º ano matemático – Trigonometria esférica, Arte da navegação teórica e pratica, seguida das noções de manobras e do conhecimento e uso pratico dos instrumentos astronómicos e marítimos, da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto. Após a instituição da Academia Politécnica do Porto (1837), passou a reger a 5.ª cadeira – Trigonometria esférica, princípios de Astronomia, de Geodesia e Navegação teórica, da secção de Matemática, nomeado pelo decreto de 11 de janeiro e carta régia de 27 de setembro de 1838.
Foi redator do Museu Portuense, Jornal de História, Artes, Sciencias Industriaes e Bellas Artes, editado entre agosto de 1838 e janeiro de 1839.
Publicou textos, com notas e comentários, sobretudo sobre história, na Typographia Commercial do Porto: Carta physico-mathematica, sobre a theoria da Pólvora em Geral e a Determinação do Melhor comprimento das Peças em Particular, Escrita por José Anastácio da Cunha em 1769; Apontamentos Archeológicos (1840); Tratado Breve dos Rios da Guiné do Cabo Verde, desde o Rio do Sanagá até aos baixos de Sant’ Anna, pelo capitão André Alvares d’ Almada, 1594 (1841); Primeiro Roteiro da Costa da Índia desde Goa até Dio, Narrando a Viagem que fez o Vice-Rei D. Garcia de Noronha, (…), 1538-1539, por Dom João de Castro, (…) (1843); Quadro Elementar da História Portugueza segundo as épocas das suas revoluções nacionais (1840).
Com António da Costa Paiva, Barão de Castelo de Paiva, publicou o famoso Roteiro da viagem que em Descobrimento da Índia pelo Cabo Esperança fez Dom Vasco da Gama de 1497 (1838), a partir da única cópia conhecida do relato desta viagem, conservada na Biblioteca Pública Municipal do Porto e proveniente do Mosteiro de Santo Cruz de Coimbra, que foi inscrita no registo “Memória do Mundo” da UNESCO, em 2013.
Crê-se que também terá iniciado o Catálogo dos Manuscritos da Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Morreu a 25 de fevereiro de 1844, com 36 anos de idade.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)