António Joaquim de Morais Caldas 1846-1908 Médico e professor |
António Joaquim de Morais Caldas nasceu em Montalegre, distrito de Vila Real, a 13 de fevereiro de 1846. Era filho do farmacêutico João António de Morais Carneiro e de Maria Inácia Ferreira Caldas. Teve 3 irmãos: um médico, um clérigo e outro farmacêutico.
Aprendeu latim com o padre José Dias e estudou em Braga, e depois no Porto, a partir de 1865.
Fez os preparatórios na Academia Politécnica do Porto para ingressar na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Foi um estudante premiado, tendo atraído a atenção do professor Pereira Cardoso que o aconselhou a seguir Matemática. Apesar de ter mantido a sua opção inicial - Medicina -, o estudo da Matemática veio a revelar-se muito útil, uma vez que, durante o curso (1867-1872), lecionou em colégios e casas particulares, sem prejuízo do aproveitamento escolar. Depois de ter recebido vários prémios, diplomou-se em 22 de julho de 1872, com a defesa da dissertação inaugural Anesthesia Cirurgica.
Por intercessão do lente Andrade Gramaxo, encetou uma carreira no ensino, em 1873. Neste ano concorreu com sucesso ao lugar de lente demonstrador da secção Cirúrgica, defendendo a dissertação Casamentos Consanguíneos (foi nomeado pelo decreto de 12 de março e carta de Mercê de 9 de julho) e ascendeu a lente substituto. No ano seguinte, foi promovido a lente proprietário da cadeira de Anatomia Patológica. Entre julho de 1876 e a sua jubilação, em 1906, regeu a 4.ª cadeira - Patologia e terapêuticas externas – e, entre 1900 e 1908, foi diretor da Escola Médico-Cirúrgica do Porto.
Foi facultativo supranumerário no Hospital Geral de Santo António, em 1878, clínico do banco, aceitação e consultas, em 1880, facultativo honorário, em 1882, e diretor clínico da Enfermaria n.º 5 entre 1883 e 1914.
António Joaquim de Morais Caldas foi, também, um reputado médico policlínico e cirurgião, proprietário da maior clínica no norte de Portugal, e operador especializado no aparelho urinário.
Republicano ativo, viu o seu nome erroneamente incluído na lista do governo provisório saído da revolta de 31 de janeiro de 1891.
Faleceu no Hospital do Ordem Terceira do Carmo, no Porto, a 27 de julho de 1914, deixando legados aos pobres de Montalegre (fundos administrados pelo município local) e do Porto, bem como a instituições de beneficência desta cidade.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)