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Memória U.Porto

Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto

António Barros Machado


Fotografia de António Barros Machado

Proposta: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Data: 11 de julho de 1990


Nasceu em Famalicão, a 1 de outubro de 1912, filho de António Luís Machado Guimarães, professor catedrático de Zoologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e de Sara de Barros Machado, e neto do Bernardino Luís Machado Guimarães (1851-1944), que foi Presidente da República. Em 1944 casou com Dora Lustig (1907-1986).

Depois de em 1929 ter concluído os estudos liceais no Porto, com distinção e média final de 16 valores, redigiu o "Grito dos Estudantes do Porto aos Trabalhadores, Soldados e Estudantes de Portugal" com Emídio Guerreiro (1931).
Em 1934 frequentou o Curso Livre de Micologia do Instituto de Botânica de Coimbra e foi exonerado das funções de assistente extraordinário de Zoologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto por ter assinado um "Protesto" dirigido às autoridades académicas.
Entre 1934 e 1936 foi bolseiro da Junta para Ampliación de estúdios e Investigaciones Cientificas, em Madrid. Em 1936, licenciou-se em Ciências Naturais na Universidade de Madrid e cursou a cadeira de Química Biológica do Doutoramento em Ciências Naturais da mesma universidade.

De volta a Portugal, licenciou-se, com distinção, em Ciências Biológicas na Universidade do Porto. Nesta instituição desenvolveu a atividade de investigador livre no Instituto de Zoologia, entre 1936 e 1947. Nesta qualidade, percorreu as principais regiões calcárias do país e visitou numerosas grutas. Estes trabalhos deram origem a publicações científicas e ao inventário das cavernas calcárias de Portugal. Realizou uma missão de estudo em Angola e visitou os museus de Leopoldville e de Bruxelas.

Nas décadas de 30 e 40, António Barros Machado lecionou Ciências Biológicas, Geográficas e Físico-Químicas no Ensino Secundário (1937-1947). Estagiou no Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris, Laboratoire de Vers et Crustacés, orientado pelo Prof. L. Fage (1938-1939). Ficou classificado em 1.º lugar nos concursos documentais para assistente de Botânica, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (1944), e para assistente de Zoologia na Universidade de Coimbra (1945). Foi nomeado professor examinador do Liceu Alexandre Herculano, no Porto (1944), mas foi impedido de celebrar contrato para 2.º assistente da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra por ter sido considerado "elemento desafeto ao Estado Novo".

Na cerimónia de abertura oficial do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, em dezembro de 1976, proferiu a lição intitulada "O Homem como elemento modificar do ecossistema mundial". Em 1978, proferiu nova conferência na mesma instituição, a convite da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, desta vez sobre "Laterites e termites – problemas de geologia e de pedologia encarados de um ponto de vista entomológico".

Em 1996, António Barros Machado foi reintegrado na Universidade do Porto como professor catedrático (Diário da República de 9 de abril).

Ao longo da sua carreira foi, ainda, diretor do Laboratório de Investigações Biológicas do Museu do Dundo e da Companhia de Diamantes de Angola, na Lunda (1947-1973), coeditor da Revista "Ciências Biológicas" (1956-2002), consultor científico da Companhia de Diamantes de Angola, Diamang (1974-1978) e consultor da Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil (1982).

Participou em congressos, conferências, workshops e cursos, nacionais e internacionais, e integrou diversas associações científicas. Foi membro honorário da Société Royale Belge d’Entomologie(1973-2002), presidente da Sociedade Portuguesa de Entomologia (1978-1980), membro associado do Conselho Científico Africano ao Sul do Saara (1958-1964), vogal da Junta de Investigação Científica do Ultramar (1973-1975), membro correspondente do Muséum Nacional d’Histoire Naturelle de Paris, membro da Société Zoologique de France, membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Liga da Proteção da Natureza e sócio de mérito da Sociedade Portuguesa de Entomologia.

António Barros Machado foi distinguido pelo trabalho realizado sobre as Glossinas da África Portuguesa com o Prémio Abílio Lopes do Rego, da Academia das Ciências de Lisboa (1958). A Universidade do Porto conferiu-lhe o título de Doutor honoris causa, em 1990, por proposta do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e como reconhecimento do seu elevado mérito científico. Em 1992, a presidência da República condecorou-o com o Grande Oficialato da Ordem do Infante Dom Henrique.

Faleceu em Lisboa a 30 de maio de 2002, aos 89 anos de idade.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2013)

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