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Proposta: Faculdade de Letras |
Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu em Lisboa a 7 de dezembro de 1924. Filho de João Lopes Soares e de Elisa Nobre Soares. Casou em 1949 com Maria de Jesus Simões Barroso Soares, de quem tem dois filhos, Isabel e João Soares.
Estudou no Colégio Moderno (1935-1942), licenciou-se em Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1942-1951), e em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1952-1957).
Foi professor do ensino secundário privado e diretor do Colégio Moderno, fundado pelo seu pai. Exerceu advocacia (desde 1957) e durante o seu exílio em França foi "Chargé de Cours" nas universidades de Vincennes e da Sorbonne e professor associado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha (Rennes)
Enquanto estudante integrou o Movimento de Unidade Nacional Antifascista (1943), foi membro da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática (1946), fundador do MUD juvenil, secretário da Comissão Central da Candidatura à Presidência da República do General Norton de Matos (1949) e fez parte do Diretório Democrático-Social (1955) e da Comissão da Candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.
Defensor da libertação dos presos políticos, foi membro da Resistência Republicana Socialista (anos 50), promotor do Programa de Democratização da República (1961) e candidato a deputado pela Oposição Democrática (1965) e pela CEUD (1969). Foi preso 12 vezes pela PIDE, deportado para a ilha de S. Tomé (1968) e esteve exilado em França (1970-1974). Em 1973, após a conversão da "Acção Socialista" (fundada em 1964) no Partido Socialista, Mário Soares assumiu o cargo de Secretário-geral, que manteve até 1985.
Regressou do exílio no dia 28 de abril de 1974 e, dias depois, foi encarregado pela Junta de Salvação Nacional de obter o reconhecimento democrático do novo regime junto das capitais europeias.
Mário Soares foi vice-presidente da Internacional Socialista (1974-1985), ministro dos Negócios Estrangeiros (1.º e 2.º governos provisórios), ministro sem pasta (3.º e 4.º governos provisórios, 1974-1975) e primeiro-ministro (1.º e 2.º governos constitucionais, 1976-1978 e 9.º governo constitucional, 1983-1985). Foi presidente da República (1986-1996) - eleito pela primeira vez em 1986 e reeleito em 1991 – e deputado ao Parlamento Europeu (1999-2004). Em 2006 recandidatou-se à Presidência da República não tendo sido eleito.
Foi Conselheiro de Estado e presidente da Fundação Mário Soares desde 1996. Em 1997 foi eleito presidente da Fundação Portugal-África e, em 2007, nomeado presidente da Comissão da Liberdade Religiosa.
Publicou obras como: As Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga (1950), A Justificação Jurídica da Restauração e a Teoria da Origem Popular do Poder (1956), Escritos Políticos (1959), Le Portugal Baillonné (1973), Portugal Amordaçado (1974), Entre Militantes PS (1975), Escritos do Exílio (1975), A Europa Connosco (1976), Crise e Clarificação (1977) e O Futuro Será o Socialismo Democrático (1979).
Mário Soares foi professor catedrático convidado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (1996-1998) e da Universidade Lusófona (2001-2002). Foi membro honorário da Academia das Ciências de Lisboa, da Sociedade Portuguesa de Autores, da Sociedade Portuguesa de Escritores, presidente do Conselho de Patronos da Fundação Arpad Szennes/Vieira da Silva e membro do júri do Prémio Pessoa.
Foi presidente da Comissão Mundial Independente sobre os Oceanos (1995-1998), do Movimento Europeu Internacional (1997-1999, de que foi presidente honorário), do Comité dos Sábios para a Reestruturação do Conselho da Europa (1997-1998), da Missão de Informação sobre a situação da Argélia (1998), da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com Israel (2002) e da Inter-Press Service (2002-2008).
Foi membro correspondente da Academia Brasileira de Letras, membro honorário do Claustro de Professores da Faculdade de Direito da Universidade de Vigo, vice-presidente da Academia Latinidade (Brasil), membro da Academia do Reino de Marrocos, da Académie des Sciences d’Outre-Mer (França), da Académie de Marine (França), do Comité Europeu de Orientação "Notre Europe", da Fundação Gorbachev, do Instituto Shimon Peres para a Paz, do Conselho Consultivo Internacional da Fundação Paz e Democracia Monsenhor Martinho da Costa Lopes (Timor-Leste), da Fundação para uma Cultura de Paz (UNESCO), do Clube Roma, do Clube de Asunción, do Conselho de Patronos da Fundación Caixa Galícia, da Fundación ONCE para a América Latina, da Fundação Adberrahim Bouabid pour les Sciences et la Culture, da Fundación Euroamérica, da Fundación General de la Universidad de Salamanca, do Fórum Mundial de Redes-UBUNTO, do Club Madrid, do Clube do Mónaco para o Diálogo Mediterrânico, do New Policy Forum, da Green Cross International, da Organisation Internationale de la Francophonie, do Fórum de Biarritz, do Grupo EU-Turkey Relations, do International Board of Trustees da Inter-Press Service e do Global Advisory Board for a new Project "Global Climate Change, Human Security and Democracy".
Presidiu ao júri do Prémio Félix Houphouet-Boigny da UNESCO e ao Comité Promotor do Contrato Mundial da Água. Foi patrono do International Ocean Institute.
Mário Soares foi agraciado com o título de doutor honoris causa por inúmeras universidades, nomeadamente pela Universidade do Porto, por proposta da Faculdade de Letras, em 1990.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2013)