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Proposta: Faculdade de Medicina |
Gregorio Marañon y Posadillo nasceu em Madrid a 19 de maio de 1887 no seio de uma família burguesa. O pai, Manuel Marañon Y Gomez Acebo, era advogado em Santander; a mãe, Carmen Posadillo Vernacci, era natural de Cádis.
No ano letivo de 1902-1903 começou a estudar Medicina na Faculdade de S. Carlos, em Madrid. Em 1909, obteve o prémio “Martínez Molina” e, em 1910, o “I Premio Extraordinario de Licenciatura”. Terminado o curso, viajou para a Alemanha com uma bolsa do Ministério de Instrução Pública. Nesse país trabalhou com Paul Ehrlich e com o professor Embden.
Em 1911 escreveu a sua tese de doutoramento - “La sangre en los estados tiroideos” -, que lhe angariou o “Premio Extraordinario de Doctorado”. De seguida, foi nomeado médico do Hospital Provincial de Madrid, no Departamento de Doenças Infeciosas. Ainda no mesmo ano, casou com Dolores Moya Gastón de Iriarte, mãe dos seus 4 filhos e sua colaboradora.
A partir de 1917 escreveu artigos sobre questões políticas e sociais. Em 1918, durante a epidemia de gripe que assolou Espanha, viajou até França, em comissão oficial para estudar a etiologia da epidemia gripal, tendo então feito amizade com os cientistas Edward Babinski, Alexander Fleming e Harvey Williams Cushing. Em 1919 foi nomeado “Consejero de Sanidad” e, em 1920, de Instrução Pública. Em 1920 regressou à Alemanha para preparar a criação do hospital de doenças infeciosas. No ano seguinte, comprou e restaurou o “Cigarral de Menores”, de Toledo, lugar onde escreveu a maior parte da sua obra e reuniu grandes personalidades.
Humanista e liberal, foi politicamente muito ativo durante a ditadura de Miguel Primo de Rivera (1870-1930) e bastante próximo do pensador e escritor basco Miguel de Unamuno (1864-1936). Em 1925, foi destituído do cargo de diretor do Hospital del Rey e, em 1926, preso e multado por se ter associado à conspiração cívico-militar “La Sanjuanada”.
Com José Ortega y Gasset e Ramón Pérez de Ayala fundou a “Agrupación al Serivicio de la República”, que precedeu a chegada da República em 1931. Figurou entre os candidatos à Presidência da II República e foi eleito deputado às Cortes Constituintes. Ainda em 1931 foi nomeado primeiro catedrático de Endocrinologia da Faculdade de Medicina de Madrid e em 1932 fundou o ”Semanário de Medicina Experimental”.
Entre 1936 e 1942 esteve exilado em França. Nesse período, escreveu sobre a Guerra Civil Espanhola, exerceu Medicina nos hospitais franceses e em consulta privada e estudou a história da emigração política nos Arquivos Nacionais franceses.
Após o seu regressa a Madrid, em 1942, defendeu a bandeira do liberalismo e o regresso dos exilados, o que não o impediu de ser respeitado pelos apoiantes de Franco. Montou consultório, recuperou o lugar de “Medico de la Beneficencia Provincial de Madrid” (1944) e retomou a cátedra de Endocrinologia em 1946. No ano seguinte, publicou uma das suas obras mais importantes - “Ensayos Liberales” - e, em 1958, foi nomeado 1.º presidente do Centro de Investigaciones Biológicas.
Foi académico de número da Real Academia Nacional de Medicina (1922), da Real Academia Española de la Lengua (1934), da Real Academia de la Historia (1936), da Real Academia de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales (1947) e da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (1956); académico de Ciencias Morales y Políticas (Paris, 1956, na mesma sessão que nomeou Churchill e Eisenhower) e membro da Academia de Ciências de Nova Iorque (1956). Foi também distinguido com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Paris-Sorbonne (1932) e pelas universidades do Chile (1937), de Lima (1939), do Porto (em cerimónia que decorreu a 13 de novembro de 1946) e de Coimbra (1959).
Gregorio Marañon, humanista, pensador, cientista e escritor, morreu em Madrid em 1960.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2013)