Domingos Rosas da Silva 1896-1967 Engenheiro, geólogo e professor universitário |
Domingos José Rosas da Silva, filho de Domingos José da Silva, nasceu no Porto a 14 de novembro de 1896.
Em 1920 concluiu com distinção o curso de Engenharia na Faculdade Técnica da Universidade do Porto, numa altura em que já trabalhava como 2.º assistente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, funções que exerceu entre 1 de Outubro de 1918 e 30 de Junho de 1920.
Aluno distinto, obteve a classificação de 17 valores a Acústica, Ótica e Calor no ano letivo de 1915-1916, de 19 valores a Física dos Sólidos e dos Fluidos, de 17 valores a Eletricidade e a Mineralogia e Geologia (Curso Geral) no ano letivo de 1916-1917.
Em 1922 foi nomeado 1.º assistente do 1.º grupo da 3.ª Secção – Ciências Geológicas -, da Faculdade de Ciências. Em 1925 era professor auxiliar de Mineralogia e Geologia (5.º grupo, 3.ª Secção da mesma Faculdade).
Em 1930 realizou as provas de doutoramento em Engenharia, tendo sido aprovado por unanimidade, com a classificação de Muito Bom (18 valores).
Seis anos mais tarde foi indigitado professor catedrático de Mineralogia e Geologia (1.º grupo, 3.ª Secção – Ciências Histórico-naturais), após ter sido aprovado por unanimidade em provas públicas, nas quais defendeu a dissertação "Granitos do Porto" e apresentou a lição "Evolução da Cristalografia". Em 1936 foi nomeado diretor do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da FCUP, funções que exerceu até 1964.
Durante a sessão do Conselho Escolar de 10 de março de 1951 foi escolhido para proferir a "oração inaugural dos trabalhos escolares" do novo ano letivo. A oração de sapiência subordinou-se ao tema "Ciências e Civilização" e foi publicada no "Anuário da Universidade do Porto" de 1951-1952 (páginas 44 a 70). Aquando das comemorações do 10.º aniversário do Centro Universitário da Mocidade Portuguesa, de que foi o primeiro diretor, proferiu uma conferência sobre a "Origem e evolução do Centro Universitário do Porto", a qual teve lugar no Salão Nobre do edifício da Universidade.
Domingos Rosas da Silva foi nomeado proprietário da cadeira de Geologia em 1965 e de Geologia Geral em 1966. Jubilou-se no final do ano de 1966, após ter atingido o limite de idade a 14 de novembro.
Durante a sua carreira profissional desempenhou outros cargos de relevo, dentro e fora da Universidade do Porto. Foi diretor do Centro Escolar do Porto (1941-1947), procurador do Conselho Provincial do Douro Litoral (eleito em sessão do Senado Universitário de 28 de novembro de 1950), gerente-técnico da Companhia Hidro-Elétrica, engenheiro dos Caminho-de-ferro do Minho e Douro e vereador da Câmara Municipal do Porto.
Fez parte de júris de provas e concursos nas faculdades de Ciências das universidades de Lisboa e de Coimbra e no Instituto Superior Técnico. Publicou vários trabalhos científicos como "As ciências geológicas na Academia Politécnica do Porto" (1937), "A Cidade do Porto e o Terramoto de 1755: alguns documentos" (1939) e "O problema da carta geológica de Portugal" (1942).
Foi membro da Comissão Organizadora do XVI Congresso Internacional de Geografia, realizado em Lisboa, em 1949, participante no XIX Congresso da Associação Espanhola para o Progresso das Ciências em San Sebastian (1947) juntamente com Amândio Tavares, 9.º reitor da Universidade do Porto, e no XXII Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, que teve lugar em Oviedo, em 1953. Foi ainda membro da Sociedade Geológica de França, da Sociedade Francesa de Mineralogia, da Real Sociedade Espanhola de História Natural e do Instituto de Coimbra. Foi agraciado com a Comenda da Ordem da Instrução Pública.
Rosas das Silva faleceu a 13 de Janeiro de 1967.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2011)