|
Luís Demée 1929-2014 Pintor e professor universitário |
Luís Luciano Demée nasceu em Macau a 8 de novembro de 1929. Era filho de Clemente Demée e de Comba Morgado.
Na adolescência, entre 1944 e 1945, foi discípulo do seu mestre e amigo George Smirnoff (1903-1947), arquiteto e pintor de origem russa.
Em 1951 realizou a sua primeira exposição individual, que recebeu boas críticas, e participou em exposições do Hong Kong Art Club, em Macau.
No ano imediato obteve uma bolsa da Caixa Escolar de Macau, o que lhe permitiu matricular-se no curso de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Em 1953, pediu transferência para a Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde prosseguiu os estudos.
Durante os anos 50 participou na XX Missão Estética de Férias da Sociedade Nacional de Belas-Artes (1957), dirigida por Abel Viana e realizada em Viana do Castelo e integrou a seleção de pintura enviada à I Bienal de Paris (1959), onde recebeu uma bolsa de estudo da Federação dos Críticos de Arte de Paris. Quando concluiu o Curso Superior de Pintura mudou-se para Paris, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 1960 apresentou a sua tese na ESBAP, tendo obtido a classificação de 20 valores (1960), com distinção e louvor. No ano seguinte, foi convidado a lecionar nesta escola, como Assistente.
Luís Demée fez diversas viagens de estudo ao estrangeiro: a Inglaterra, à Grécia, a Itália, à Alemanha, a França, à Bélgica e à Holanda e até ao Médio Oriente. A convite da Fundação Calouste Gulbenkian visitou, em 1964, a exposição "Pintura e Escultura de uma década", organizada pela Tate Gallery, em Londres, assim como a exposição "WESTKUNST", em Colónia (1981).
Numa primeira fase, desenhou edifícios e ruas, como o seu professor o instruíra, mas logo foi atraído pelo porto macaense e pelo mar. A partir de certa altura, a sua pintura foi-se tornando abstrata.
Luís Demée foi autor de uma obra singular na arte europeia, bem patente nos seus acrílicos, aguarelas, pinturas murais a fresco, tapeçarias e serigrafias (a título de exemplo, registe-se que participou em edições de serigrafia da ESBAP, da Cooperativa Árvore e do Grupo Série).
Luís Demée voltou a visitar Macau, nomeadamente para mostrar o seu trabalho, com o qual obteve resultados notáveis. Entre os finais de 2006 e meados de 2007 expôs no Museu de Arte de Macau 73 aguarelas e 16 esboços criados entre 1945 e 1958.
Para além destas exposições, o pintor participou em muitas outras ao longo da sua carreira, quer em Portugal (Porto, Lisboa, Amarante, Viana do Castelo, Matosinhos e Vila Nova de Cerveira), quer no estrangeiro (França, Espanha, Alemanha, Luxemburgo e Brasil).
Está representado no Centro de Arte Contemporânea, no Museu Nacional de Soares dos Reis e na Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, no Porto; no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e no Centro Científico e Cultural de Macau – Ministério da Educação e Ciência, em Lisboa; no Museu de Ovar; no Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, em Amarante; no Museu Luís de Camões, em Macau; e em coleções particulares no país, no Brasil, em Inglaterra, na Alemanha e nos E.U.A.
Luis Demée faleceu no Porto a 15 de julho de 2014.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)