Joaquim Albuquerque 1839-1912 Matemático, professor e político |
Joaquim de Azevedo Sousa Vieira da Silva Albuquerque, filho de João de Azevedo de Sousa Vieira da Silva e Albuquerque e de Joaquina Carlota Barreto da França, nasceu no Porto, a 16 de agosto de 1839, na casa da Quinta das Virtudes, que o bisavô, José Pinto de Azevedo Meireles, edificara em 1767.
Formou-se em Engenharia de Pontes e Estradas na Academia Politécnica do Porto, em 1861, tendo-lhe sido passada carta de curso a 3 de agosto desse ano. Encetou, de imediato, uma carreira como professor substituto das cadeiras de “Princípios de Física”, “Química”, “Introdução à História Natural dos três reinos” e “Matemática Elementar” no Lyceu do Porto, por decreto de 5 de fevereiro e carta régia de 13 de março de 1862. Tomou posse do lugar a 1 de abril de 1862 e nele se manteve até 23 de setembro de 1876. Neste liceu desempenhou, também, as funções de Secretário.
O reconhecimento do seu valor intelectual levou a que, alguns anos mais tarde, se tornasse o terceiro ex-aluno da Academia Politécnica do Porto a integrar o seu quadro docente. Nesta Escola, ministrou a 1.ª cadeira – Geometria Analítica no plano e no espaço, Trigonometria esférica, Álgebra superior - entre 1876 (nomeado pelo decreto de 7 de setembro de 1876 e carta régia de 29 de novembro do mesmo ano) e 1878; a 2.ª cadeira – Cálculo Diferencial, integral, das diferenças e das variações; e, depois de 1885, a 3.ª cadeira – "Mecânica racional, cinemática". Na Academia Politécnica do Porto desempenhou igualmente as funções de secretário interino, em 1876.
Joaquim Albuquerque jubilou-se em 1910, por limite de idade. No ano seguinte, quando foi criada a Universidade do Porto, candidatou-se a reitor, mas apenas obteve um voto.
Este intelectual foi membro da filial portuense da Sociedade de Geografia de Lisboa e seu 1.º secretário. É autor de obras científicas e escolares no domínio da Matemática: "Será suficiente o princípio da gravitação universal para a explicação dos fenómenos celestes?" (1876), "Primeiros princípios da teoria dos Determinantes" (1883), "Lições de Mecânica Racional e Cinemática" (1888-1895), "O Gabinete Cinemático da Academia Politécnica do Porto. Sistema Reulaux" (1893).
Joaquim Albuquerque colaborou com Camilo Castelo Branco na tradução do "Dicionário de Educação e Ensino". Durante o biénio em que presidiu à direção da Sociedade de Instrução do Porto (1884-1885) realizou 3 conferências sobre "A Máquina e o Mundo", a fim de divulgar o novo método de estudo da Cinemática, da autoria de Franz Reuleaux (1829-1905).
Joaquim de Azevedo Albuquerque também se deixou seduzir pela política. Foi candidato a deputado durante a Monarquia. Na revolta de 31 de janeiro de 1891 o seu nome foi referido como fazendo parte do governo provisório da república mas, por carta enviada aos jornais, datada de 2 de fevereiro, distanciou-se daquela sublevação.
Em 1892 iniciou-se na Maçonaria, na Loja Independência do Porto, com o nome Condorcet. Em 1904 foi um dos membros da Comissão Municipal Republicana do Porto.
Casado com Helena Eulália Gonçalves Pinto, teve vários filhos.
Faleceu a 21 de janeiro de 1912.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2011)