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Daniel Serrão 1928-2017 Médico e professor |
Daniel dos Santos Pinto Serrão nasceu a 1 de Março de 1928, em S. Dinis, Vila Real, filho do engenheiro, funcionário público, Manuel Morais Serrão, e de Arminda dos Santos Pinto Trindade, doméstica.
Completou o Curso Geral dos Liceus com dezoito valores e, em 1951, o Curso de Medicina, com a classificação final de 17 valores. Doutorou-se em 1959 pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com 19 valores. Jubilou-se a 1 de Março de 1998.
Daniel Serrão casou em 1958 com Maria do Rosário de Castro Quaresma Valladares Souto, teve seis filhos, um dos quais falecido em 1994. Atualmente tem nove netos.
Iniciou a sua carreira nas enfermarias da antiga Patologia do Hospital de Santo António. Entre 1967-68 teve uma breve passagem por Angola, mas foi realmente ao ensino, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que dedicou a maior parte do seu tempo entre os anos de 1952 e 2005.
Foi demitido das funções de professor universitário e de Diretor de Serviço Hospitalar em 23 de Junho de 1975, acusado de colaboração com a PIDE/DGS, mas foi reintegrado um ano depois nas funções que exercia. Entretanto, abriu um laboratório privado de patologia, que se transformou num sucesso e apenas vendeu em 2003.
Orientou a sua atividade para o campo da ética médica e da bioética em geral. Fez parte de diversas organizações, como o Comité Internacional de Bioética da UNESCO, o Comité Diretor de Bioética do Conselho da Europa, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e a Academia Pontifícia para a Vida.
Destacou-se, também, como autor de centenas de publicações, especialista internacionalmente reconhecido em patologia hepática, regeneração do fígado, biopsia renal, oncologia.
Daniel Serrão desenvolveu diversas investigações, considerando-se como a mais importante a que realizou sobre a patologia do fígado e que começou com a sua tese de doutoramento.
Aposentou-se aos 70 anos por limite de idade mas, continuou a leccionar cursos de Mestrado do Instituto de Bioética e da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa.
Otimista, dotado de uma imensa capacidade de trabalho e vontade de ajudar, católico por convicção, considerava a família o marco fundamental de toda a sua atividade e era defensor da vida, quer opondo-se ao aborto e à eutanásia, quer defendendo o embrião e a criopreservação das células do cordão umbilical.
Daniel Serrão morreu no Porto, na madrugada de 8 de janeiro de 2017.
(Texto de Raquel Maria Guilherme Guedes Pinheiro de Magalhães, 2008)