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Memória U.Porto

Edifício da Reitoria da U.Porto - Pisos Nobres

Salão Nobre

Fotografia do Salão Nobre do edifício da Reitoria, 3.º piso - paredes laterais sul e poenteSubindo a escadaria principal até ao topo acede-se ao Salão Nobre. Em finais de 2010, este espaço foi objeto de uma remodelação bastante simples, que, no essencial, incidiu em aspetos decorativos e procurou aumentar a luminosidade do interior. O papel de parede, colocado durante as obras de recuperação posteriores ao incêndio de 1974, foi retirado, os estuques do teto foram pintados de branco quando, até àquela data, haviam sido brancos e dourados.

Fotografia dos Retratos nas paredes sul e nascente do Salão Nobre - 3.º piso do edifício da ReitoriaO Salão Nobre encontra-se profusamente decorado com retratos pintados a óleo. São 50 pinturas entre as quais se contam quatro retratos de figuras históricas associadas aos primórdios da U.Porto, como o rei D. João VI, fundador da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, Passos Manuel, instituidor da Academia Politécnica do Porto e António José de Almeida, responsável pela criação da Universidade do Porto. Aqui também se podem observar retratos de lentes da Academia Real de Marinha e Comércio, de lentes e diretores da Academia Politécnica e professores e diretores da Faculdade de Ciências: Vitorino Damásio, Parada Leitão, Rodrigues de Freitas, Ferreira da Silva, Mendes Correia, Venceslau de Lima, Gonçalo Sampaio e Augusto Nobre, figuras de relevo na esfera política, económica, científica e cultural do Portugal Contemporâneo. As telas foram pintadas por notáveis artistas portugueses, como Domingos Sequeira, João Baptista Ribeiro, Francisco José Resende e Marques de Oliveira, de igual modo com ligação à U.Porto.

Pensa-se ter sido nesta sala, que se preparava para acolher uma exposição bibliográfica, que deflagrou o incêndio de Abril de 1974. Os dois óleos sobre tela, da autoria de Veloso Salgado, que decoravam as paredes nascente e poente, ficaram totalmente destruídos pelas chamas. Salvaram-se, apenas, os que ainda hoje encimam a escadaria principal do edifício.

Fotografia de um Candeeiro no Salão Nobre - 3.º piso do edifício da ReitoriaLogo após o incêndio, a 8 de Maio de 1974, estimou-se o custo da execução dos tetos e dos apainelados das paredes do Salão Nobre, assim como do teto da escadaria principal. O orçamento foi apresentado pela Oficina de Escultura Decorativa Domingos Enes Baganha, estabelecimento comercial que sucedeu à Casa Baganha, na Rua do Rosário. Tratava-se, e trata-se ainda hoje, de uma oficina especializada em "decorações, maquetes, motivos decorativos para parques e jardins, estafe, fogões de sala e construções civis" (cf. Direção das Construções Escolares do Norte – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto: Relatório sobre o incêndio ocorrido em 20/4/74 e documentação fotográfica. In Projetos de Obras). Este estabelecimento apresentava a enorme vantagem de possuir quase todos os modelos dos ornamentos dos tetos e paredes, pois o fornecimento e assentamento dos originais haviam sido feitos por António Enes Baganha, fundador da oficina.

Fotografia de um pormenor da janela voltada a norte no Salão Nobre - 3.º piso do edifício da ReitoriaO proprietário de então descreveu da seguinte forma a intervenção que se propunha fazer a seguir ao incêndio:
"Estes tectos serão feitos em estafe reforçado de n/ fabrico e os diferentes planos no movimento dos seus moldurados serão igualmente em estafe amarrado a arame de cobre com linhadas de gesso a fim de manter, além de uma grande leveza, uma maior estabilidade. Será iluminada toda a madeira no volume dos moldurados como cornija e sancas que liga esta ao tecto, obtendo-se assim uma maior dilatação.

(…) As paredes do Salão Nobre serão totalmente refeitas de novo a partir do seu reboco, sendo feito todo o seu apainelamento que compreende pilastras com embasamento e capiteis, lambrim e caixilhos em moldurados para encaixe de futuras telas.
Os apainelados das paredes da escada principal a meu ver estão em bom estado, prevendo portanto unicamente o seu restauro e sua fixação em qualquer ponto que se apresente abalado
". (cf. Direção das Construções Escolares do Norte – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto: Relatório sobre o incêndio ocorrido em 20/4/74 e documentação fotográfica. In Projetos de Obras).

O orçamento apenas não incluía a aplicação de folha de ouro nos ornatos e o tratamento e acabamento das portas de acesso ao Salão.

No decurso das obras de recuperação do interior do edifício, sobretudo do seu mobiliário e decoração, é frequente encontrarem-se os termos "sobriedade" e "simplicidade" para as caraterizar e descrever. A essas expressões faz jus o Memorial apresentado ao Diretor das Construções Escolares do Norte em 10 de Agosto de 1981 pelo arquiteto Joaquim Marques de Araújo:
"Atendendo às recomendações expressas, de início, quanto às características do mobiliário, incluindo os dos Gabinetes da Reitoria, foram postos de parte compromissos de feição clássica, projectando dentro de uma certa dignidade e harmonia, modelos cómodos, com bons materiais de acabamento, e, sobretudo, dignos das várias zonas de trabalho deste sector". (cf. Direção das Construções Escolares do Norte – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto: Reconstrução da Ala Norte – 3.ª fase. Projecto de Mobiliário, Equipamento e Decoração. In Projetos de Obras).

Retrato de Parada LeitãoPor esta altura, já haviam sido fornecidas e assentes diversas peças de mobiliário e de decoração no "Salão Principal", a saber: mesas extensíveis de estudo e leitura, cortinados de veludo e respetivas peças metálicas de suspensão (nos vãos das varandas, nos das portas e nos interiores), portieri, candeeiros tipo lustre, apliques e recipientes para papéis. Não fora ainda montada a cortina com comando mecânico de separação entre o "Salão Principal" e a sala do cadeiral, de acordo com o Memorial de Marques de Araújo, assim como continuava em falta a "tela perlada para projeções".

O projeto para o "cadeiral", de igual modo da autoria de Marques de Araújo, data de Março de 1979. Seria executado em madeira de câmbala, com 3 plataformas construídas em soalho de madeira de pinho tratada e de 1.ª qualidade (cf. Direção das Construções Escolares do Norte – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto: Reconstrução da Ala Norte – 3.ª fase. Projecto de Mobiliário, Equipamento e Decoração. In Projetos de Obras).

Quando se procedeu ao balanço final da obra, em Outubro de 1981, constatou-se que a despesa com os "embraces em sirgaria com borlas nos cortinados do Salão Nobre incluindo os florões" teria de ser incluída na rubrica "trabalhos imprevistos", provavelmente pelo facto de o gasto ter ultrapassado o orçamentado (cf. Direção das Construções Escolares do Norte – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto: Reconstrução da Ala Norte – 3.ª fase. Projecto de Mobiliário, Equipamento e Decoração. In Projetos de Obras).

Fotografia da parede poente do Salão Nobre do edifício da Reitoria - 3.º pisoOs elementos de que se dispõe anteriores a 1974 e que seriam da maior utilidade para caraterizar do ponto de vista arquitetónico a evolução do Salão Nobre e dos espaços adjacentes são muito escassos. Algumas, poucas, fotografias documentam a ocupação e a decoração destas áreas, sabendo-se, por exemplo, que o Salão Nobre nem sempre teve as mesmas dimensões. O crescimento da comunidade académica da U.Porto contribuiu por certo para a necessidade de o ampliar, expandindo-o para a sala que o ladeava a nascente.

No Salão Nobre decorrem os atos mais solenes da vida universitária: a tomada de posse do Reitor, da Equipa Reitoral e de outros órgãos de gestão da Universidade, os doutoramentos honoris causa e demais cerimónias de investidura de docentes e investigadores nacionais e estrangeiros, a entrega de prémios e distinções, algumas componentes das comemorações do Dia da Universidade, a 22 de Março. A utilização deste espaço, porém, tem vindo a democratizar-se e hoje em dia é habitual assistir-se a outros eventos, muito menos formais, tais como conferências, apresentações de livros, receções a estudantes, concertos, atuações do Orfeão Universitário do Porto e, até, a própria festa de Natal da Reitoria.

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