Na praça de Lisboa, ainda conhecida por Praça ou Mercado do Anjo, terá existido uma ermida da invocação de S. Miguel, o Anjo, associada a uma lenda medieval. De acordo com esta lenda, durante uma viagem decorrida em 1153, na qual D. Afonso Henriques e D. Mafalda regressavam de Coimbra e seguiam em direção a Guimarães, a égua da rainha despenhou-se num fosso ao passar no sítio do Olival. Nessa ocasião, o monarca terá pedido a intercessão de S. Miguel, o Anjo, e como forma de agradecimento, mandado edificar uma capela em honra do seu protetor.
Em 1672, este espaço acolheu a construção do Recolhimento da Rainha Santa Isabel do Anjo, criado por iniciativa de D. Helena Pereira com o apoio do bispo, do rei e da câmara, para assistência a mulheres desamparadas.
Uma vez terminado o Cerco do Porto, o recolhimento deu lugar a um mercado – o Mercado do Anjo -, mandado erigir em 1837 e inaugurado a 9 de Julho de 1839 para comemorar a entrada do exército de D. Pedro no Porto. Este mercado manteve-se em funcionamento até 1952. Por esta altura, a praça recebeu a designação de Praça de Lisboa.
Depois recebeu um espaço comercial – Clérigos Shopping (1991-2006), entretanto desativado, convertido pelo gabinete de arquitetura Balonas e Menano no Passeio dos Clérigos (2012), coberto por um jardim suspenso - o Jardim das Oliveiras, inaugurado solenemente a 15 de novembro de 2013.
A 10 de Maio de 2005, aquando do início das comemorações do centenário do nascimento de D. António Ferreira Gomes (1906-1989), a sua estátua foi recolocada no ângulo da Praça de Lisboa com a Rua de S. Filipe de Nery. Na mesma ocasião, também foi descerrado um memorial evocativo do mesmo bispo.
Antes dessa data, a obra de que é autor o escultor Arlindo Rocha, datada de 1991 e oferecida à cidade do Porto pela Fundação Engenheiro António de Almeida, erguia-se no topo da Rua da Assunção, nas proximidades da Torre dos Clérigos.