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Memória U.Porto

Edifício da Reitoria da U.Porto

Interior

Fotografia da Arcada do edifício da Reitoria e portas de acesso ao exterior / Photo of the main entrance of the Rectory BuildingNo imóvel da Praça de Gomes Teixeira encontra-se instalada a Reitoria da U.Porto, o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto constituído oficialmente no final de 2015 como resultado da fusão do Museu da Ciência da U.Porto/Núcleo da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e do Museu de História Natural da U.Porto, bem como o "Fundo Antigo", acervo bibliográfico constituído por obras publicadas anteriormente a 1945.

Durante 30 anos (1976-2006), a Reitoria ocupou as instalações do quartel do extinto CICAP, na Rua de D. Manuel II. Foi o tempo que mediou entre a transferência ocorrida após o incêndio de 1974 e a readaptação do edifício da Praça de Gomes Teixeira depois de a Faculdade de Ciências passar a dispor de novas instalações no polo 3 da Universidade (Campo Alegre). As obras de engenharia e arquitetura levadas a cabo para que se efetivasse o regresso da Reitoria ao local de origem e que procuraram adaptar os espaços às novas funções, não abrangeram a totalidade do edifício. Assim, ainda existem determinadas áreas carenciados de intervenção, nomeadamente no que respeita os museus de Ciência e de História Natural.

O Porto é uma cidade com muitos atrativos turísticos. No passado mais recente, o acréscimo de turistas é notório, sendo inúmeros os que visitam o centro histórico em qualquer época do ano. Esta zona da cidade tem vindo, assim, a readquirir grande parte da vitalidade perdida na viragem do século. A implantação do edifício histórico da U.Porto neste espaço urbano, rodeado de um património edificado do mais alto nível – veja-se, a título de exemplo, o conjunto monumental dos Clérigos, a Cadeia e Tribunal da Relação, as igrejas do Carmo e dos Carmelitas Descalços, o edifício da antiga Escola Médico-Cirúrgica, o Hospital de Santo António - torna-o objeto de interesse e de curiosidade por todos os que calcorreiam diariamente a baixa da cidade, de planta na mão.

Fotografia da Clarabóia e paredes laterais do 3.º piso do edifício da Reitoria / Photo of Skylight and side walls of the third floor of the Rectory BuildingFoi, precisamente, a curiosidade dos turistas e, em particular, a daqueles que, perante a imponência do imóvel, não resistiam a assomar ao átrio principal em busca de informação, que levou a Unidade de Gestão de Informação a preparar uma brochura que, em três línguas (português, inglês e espanhol) e de modo sucinto, descreve o edifício, tece uma breve história dos antecedentes da U.Porto, elenca as Faculdades criadas depois de 1911 e aponta a traços largos os aspetos artísticos e arquitetónicos mais dignos de nota. O mesmo documento reserva ainda espaço para se referir ao enquadramento deste edifício no tecido urbano, chamando a atenção para as áreas ajardinadas e para os imóveis que o ladeiam, a norte, sul, poente e nascente.

O edifício, de sabor neoclássico e disposição horizontal, onde a U.Porto tem a sua sede há 100 anos, foi assim descrito pelos arquitetos que o prepararam para acolher, de novo, os Serviços da Reitoria:
"[Apresenta uma] planta retangular, regular, com cerca de 62 x 88m e 17,5m de altura. Neste volume, abrem-se dois pátios, que iluminam o interior e definem as 5 alas em que se divide o edifício: 4 periféricas (Norte, Nascente, Sul e Poente) e uma intermédia. A composição dos alçados corresponde a fórmulas clássicas de desenho, alternando áreas de cantaria e de reboco, rematadas por platibanda contínua. Ao centro dos alçados Norte e Sul, os frontões sobre pilares reforçam a marcação dos acessos principais; os alçados Nascente e Poente repetem uma sucessão extensa de vãos idênticos, organizados em dois planos que relacionam o R/Chão com a sobreloja e o 3º com o 4º piso.
Fotografia do Pátio interior do edifício da Reitoria / Photo of the interior patio of the Rectory BuildingA volumetria exterior apresenta uma simetria quase rigorosa ao longo do seu eixo maior (Norte/Sul), que não corresponde à organização interior, em que tal simetria é, fundamentalmente, quebrada pela disposição de alguns espaços e pela localização da 2ª escadaria nobre, que se encontra no ângulo das alas Nascente e Sul.
" (cf. Dossier elaborado em junho de 2004 por António Portugal & Manuel Maria Reis, arquitetos e associados, Lda).

Nos dias de hoje, os Serviços da Reitoria distribuem-se pelos 5 pisos do edifício, ocupando, sobretudo, as alas norte, nascente e poente. Mas nem sempre foi assim! Quando, em meados do século XX, o mesmo imóvel albergava as faculdades de Ciências e de Economia, uma série de laboratórios, institutos e museus, para além da Secretaria Geral da Universidade e da própria Reitoria, o espaço era diminuto para os ocupantes. Assim se compreende que, em 1953, a Direção dos Edifícios Nacionais do Norte se refira nos seguintes termos aos espaços ocupados pela Reitoria:
"A Reitoria vive arrumada e apertada num recanto do edifício da Faculdade de Ciências, muito distante da dignidade de que deveria rodear-se a sua alta e complexa função de supremo organismo universitário; e vê-se quase impossibilitada nas poucas quadras, e apenas sofríveis, que lhe pertencem, de cumprir com a eficiência elementarmente requerida, o muito que lhe compete como cúpula que é das estruturas administrativas de cinco Faculdades".

Fotografia do Corredor do 3.º piso do edifício da Reitoria / Photo of the Corridor of the 3rd floor of the Rectory BuildingNeste contexto, a transferência da Faculdade de Medicina, instalada no antigo Largo da Escola Médica, para o Hospital Escolar do Porto, construído na zona nascente da cidade, era promissora de melhores e mais amplas instalações. Começou a equacionar-se a possibilidade de ocupação do espaço que ficaria devoluto com os museus da Faculdade de Ciências, os institutos de Zoologia, Geologia e Antropologia e ainda com a recém-criada Faculdade de Economia. Quanto ao edifício histórico, pensava-se manter os institutos de Matemática, de Física e de Química, para além da Reitoria.

Em meados do século XX, a Reitoria propriamente dita resumia-se a um pequeno conjunto de áreas e serviços: a sala do Senado Universitário, o gabinete do Reitor, o gabinete do Secretário da Universidade, uma sala de receção, vestiários e sanitários, para além da Biblioteca. Já os serviços da Secretaria-geral viam as suas necessidades de expansão aumentar de ano para ano, à medida que crescia o número de estudantes matriculados na U.Porto. Idealizava-se, assim, que os serviços da Reitoria pudessem vir a ocupar a ala nascente do edifício (desde o local onde já se encontrava instalada até à escadaria do átrio sul); que a Secretaria-geral e os Serviços de Contabilidade ficassem instalados no 1.º pavimento, onde, na altura, se encontravam a Mineralogia e museu respetivo, que transitariam para o 4.º piso, para o local onde, então, funcionava a Faculdade de Economia.

Quanto ao acesso aos Serviços da Reitoria, aos Serviços Administrativos e de Contabilidade e à Secretaria, planeava-se fazê-lo por uma porta lateral, localizada na fachada nascente, exclusiva daqueles serviços. Os estudantes e os professores utilizariam outra entrada, a não ser em período de férias.

Fotografia de Pátio interior no 3.º piso do edifício da Reitoria / Photo of the interior patio in 3rd floor of the Rectory BuildingUma década mais tarde é a vez de o Reitor da U.Porto, Professor Manuel Correia de Barros Júnior, apresentar as suas queixas à Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, dizendo que "os serviços de expediente geral – que têm de atender, para matrículas, inscrições, serviços de exames, certidões, etc., cerca de 4.000 alunos das 6 Faculdades – há apenas uma sala de modestas dimensões, o que ameaça tornar impossível, já não um serviço eficiente, mas, ao menos, suportável".

O equilíbrio, de tão precário, estava à beira da rutura: só assim se compreende o júbilo com que é anunciada a conquista de alguns metros quadrados para os serviços de expediente geral, após a mudança da Tesouraria para um compartimento na sobreloja.

O passar dos anos assistiu a outras, pequenas, obras de beneficiação. Foi, porém, a recuperação do incêndio de 1974, que se prolongou até à década de 80, a obra de maior vulto decorrida nos últimos 100 anos deste edifício.

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