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Memória U.Porto

Edifício da Reitoria da U.Porto - Enquadramento Urbano

Praça de Carlos Alberto

Postal da Praça de Carlos Alberto, Porto / Postcard of the Carlos Alberto Square, in PortoA Praça de Carlos Alberto resultou da ramificação das estradas que atravessavam a Porta do Olival e se dirigiam para Braga e Guimarães. A primeira referência documental ao lugar – com a designação de Largo dos Ferradores - consta de um registo paroquial da freguesia de Santo Ildefonso, datado de 1638.

A praça recebeu também o nome de Feira das Caixas pelo facto de numa das tendas de marceneiros que nela havia se confeccionarem as bagageiras utilizadas pelos emigrantes que se dirigiam ao Brasil.

Aqui se realizou ainda uma outra feira - a "feira dos criados de lavoura e das criadas de servir" -, originária da Praça da Corujeira e transferida para a rotunda da Boavista em 1876.

O palacete dos Viscondes de Balsemão, situado no topo nascente da Praça, alberga actualmente a Direcção Municipal da Cultura da Câmara Municipal do Porto. Convertido numa hospedaria durante o século XIX - a Hospedaria do Peixe –, recebeu, em 1949, aquando do seu exílio no Porto, o Rei do Piemonte e da Sardenha, Carlos Alberto. Foi, pois, em memória da estadia aqui deste Rei que o antigo Largo dos Ferradores se converteu na actual Praça de Carlos Alberto.

O veículo puxado a cavalos da Empreza Portuense de Carros Ripert que, entre 1853 e 1910, estabeleceu a ligação com São Mamede de Infesta, teve uma paragem terminal nesta praça. E foi também daqui que partiu o primeiro carro americano do Porto, na carreira para Cadouços, na Foz do Douro, a 12 de Agosto de 1874.

No âmbito das obras de reabilitação urbana da baixa portuense patrocinadas pela "Sociedade Porto 2001", a Praça de Carlos Alberto foi recuperada segundo um projecto do arquitecto Manuel Magalhães. É desta altura que data a construção do parque de estacionamento subterrâneo, interiormente ligado aos parques da Praça Gomes Teixeira e da Praça de Lisboa. Mais tarde, em 2006, o "Quarteirão de Carlos Alberto" foi a zona escolhida pela "Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana" para ser a primeira unidade urbana a reabilitar.

Desta praça acede-se à Rua de Cedofeita, rasgada no último quartel de Setecentos por iniciativa da Junta das Obras Públicas então presidida por João de Almada e Melo, no prolongamento de um antigo caminho fronteiro à Colegiada com mesmo nome – Colegiada de Cedofeita. Este caminho era utilizado pelos viajantes vindos de sul e que se dirigiam a Vila do Conde, Barcelos e Santiago de Compostela.

Retrato de Carolina Michaëlis e de Joaquim de Vasconcelos / Portrait of Carolina Michaëlis and Joaquim de VasconcelosEsta rua, que veio a transformar-se numa populosa e movimentada zona habitacional e comercial, apresenta construções altas e esguias, próprias das épocas Moderna e Contemporânea. No seu conjunto, as edificações apresentam cantaria de boa qualidade e interessantes revestimentos a azulejo. A zona foi recentemente classificada com o grau de Interesse Público (Portaria n.º 559/2011).

O n.º 395 da Rua de Cedofeita acolheu o regente D. Pedro durante o Cerco do Porto (1832-1833), após o bombardeamento de que foi alvo o Palácio das Carrancas (actual Museu Nacional de Soares dos Reis). No n.º 159 viveram Joaquim de Vasconcelos (1849-1936) e Carolina Michaëlis (1851-1925), figuras das artes e das letras portuguesas.

Fotografia da Igreja de S. Martinho de Cedofeita, no Porto / Photo of the S. Martinho de Cedofeita Church, in PortoO topónimo "Cedofeita" e a designação da freguesia em que se integra a rua com o mesmo nome - Freguesia de Cedofeita - encontram-se associados à lenda da fundação da Igreja de Cedofeita, edificada no actual Largo do Priorado. A tradição atribui a existência deste templo a um rei suevo, que teria prometido a construção a S. Martinho de Tours no caso de obter a cura para um filho enfermo. A célere recuperação do doente explicaria, assim, uma não menos rápida edificação e a expressão cito facta, isto é, "Cedo feita".

A Igreja de S. Martinho de Cedofeita, da observância dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, foi construída no século XIII. Em estilo românico, denota influências escultóricas da escola do Românico do Vale do Sousa, da Igreja de Santiago de Coimbra e da Sé do Porto. Em 1935, foi objecto de um profundo restauro, que lhe retirou as intervenções dos séculos XVII e XVIII.

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