A primeira muralha do Porto, dita sueva, embora talvez datasse da época romana (século III-IV d. C.), foi restaurada por diversas vezes, designamente no século XII, após a doação do burgo ao Bispo D. Hugo por D. Teresa (1120). Abrangia uma área de menos de 4 hectares e dispunha de 4 aberturas (a de Vandoma, de S. Sebastião, de Sant’Ana e a das Verdades ou das Mentiras). Dela resta um troço do muro e um cubelo, situados nas imediações do Arqueosítio n.º 5 da Rua D. Hugo, actual sede da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos (a transferir brevemente para a Rua Álvares Cabral).
Durante o século XIV, a cerca velha deu lugar a uma nova muralha, construída entre os reinados de D. Afonso IV e D. Fernando I (1336-1376). Com um perímetro de 2500 metros e uma altura média de 10 metros, compreendia cerca de 44,5 hectares. Apresentava parapeitos interiores e exteriores, estes com merlões, e era fortalecida por torres quadrangulares, compactas e vazadas, com uma altura que variava entre os 14 e os 21 metros. Era uma obra funcional e militar, ritmada por portas associadas às primitivas vias que, do burgo do bispo, saíam para S. João da Foz e Bouças, para Braga, Guimarães e Penafiel, e por postigos, que facultavam a circulação urbana. Dela subsistem o troço dos Guindais, as Escadas do Caminho Novo, o Postigo de Carvão e o chamado Muro dos Bacalhoeiros, na Ribeira.