O conjunto arquitectónico dos Clérigos, em estilo barroco e habilmente construído num terreno desnivelado, destinou-se à assistência dos clérigos pobres. Compõem-no uma igreja de planta elíptica e uma capela-mor rectangular (1732-1758) integrada no edifício da Irmandade dos Clérigos que, por sua vez, se liga a uma torre sineira. É da autoria do pintor, decorador e arquitecto toscano Nicolau Nasoni (1691-1773), que acompanhou graciosamente as obras e foi aceite como irmão-leigo da Irmandade, estando, por isso, sepultado no interior do templo, algures na área debaixo dos púlpitos.
Na frontaria, voltada para a Rua dos Clérigos, abre-se uma escadaria imponente, podendo observar-se a Capela de Nossa Senhora da Lapa, uma grande profusão de ornatos barrocos (festões, fogaréus, concheados, etc.), símbolos papais, imagens calcárias de S. Pedro e S. Filipe de Nery da autoria de Jacinto Vieira e o monograma "AM" (Ave Maria).
No interior da igreja sobressaem os trabalhos de talha dourada, a abóbada de mármore (de 12 gomos, com escudo central de granito, um monograma "AM", os símbolos de S. Pedro e folhagem), o retábulo-mor de mármore polícroma, desenhado por Manuel dos Santos, os cadeirais de jacarandá e o sacrário.
A torre (1754-1763), com 76 metros de altura, 6 registos e 225 degraus, é um ex-libris da cidade e um execelente miradouro. Tem 2 campanários e um dos maiores carrilhões do país. No passado, serviu de telégrafo comercial e de relógio do Porto.