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Joaquim da Costa Lima Júnior 1806-1864 Arquiteto, urbanista e professor |
Joaquim da Costa Lima Júnior nasceu no Porto a 5 de setembro de 1806. Era sobrinho e afilhado de Joaquim da Costa Lima Sampaio, arquiteto da cidade entre 1822 e 1837 (ano da sua morte).
Na Academia Portuense de Belas Artes foi lente substituto de Arquitectura Civil em 1836, lente em 1838, secretário interino em 1842 e diretor em 1853.
Foi autor do Programa para o Estudo da Aula de Arquitetura Civil de 1844 e nas exposições trienais da Academia apresentou os seguintes projetos: Planta, corte e alçado para o edifício de uma Academia Médico Cirúrgica, projectado para a cerca dos extintos carmelitas descalços, segundo o programa dos Lentes da mesma Academia (1854); Projecto para o acabamento do trem (Arsenal) do Ouro, aproveitando a parte já começada, e conservando no resto do mesmo fundo de estilo. Dous planos: no 1.º a iconografia geral do edifício – e no 2.º, fachadas, perfiz, secções, e detalhes da construção. Cada um de 20 polleg. de alto, por 17 de largo. Ficão sendo propriedades da Academia (1851); Projecto para a conclusão do Edifício da Biblioteca Pública da Academia de Bellas Artes e Museu Portuense, estabelecendo as relações possíveis que podem existir entre estes edifícios: cujo plano é rigorosamente sujeito às formas, e dimensões que oferece o terreno que resta da Cerca dos extinctos Religiosos Antoninhos (1857); Plano proposto e aprovado para o acabamento da igreja de S. Torcato perto de Guimarães, da qual somente existe feita a capella mor, no qual plano vão indicados algumas alterações, que a mesma capella mor deve experimentar -, alçado plano e corte longitudinal – destinados, para a Academia para satisfazer ao Artigo 11.º dos Estatutos (1860) e Projecto para um colégio de província, contendo o primeiro quadro e planta (1863).
Tal como o tio e padrinho, com quem trabalhou no início da vida profissional, o mestre Costa Lima também foi nomeado arquiteto da repartição de Obras Públicas da Câmara do Porto, a 25 de julho de 1853.
No Porto riscou, entre outras obras, o mausoléu da Igreja da Lapa, que guarda o coração de D. Pedro IV (edificado em 1835, por decisão de D. Maria II); dois projetos para o edifício da Escola Médico-Cirúrgica do Porto (um de 1838 e outro de 1856); o primeiro plano do Palácio da Bolsa, ao gosto neopalladiano (construção que acompanhou entre 1840 e 1860); e o portal de acesso à secção privativa da Santa Casa da Misericórdia do Porto, no Cemitério do Prado do Repouso (1863).
Foi autor da Planta Topographica da Cidade do Porto (1839), adaptou o projecto da capela-cenotáfio de Carlos Alberto, da autoria de Augusta de Montléart (templo neogótico nos jardins do Palácio de Cristal, benzido em 1861), traçou o primeiro plano do Mercado do Bolhão e um projecto para o monumento a D. Pedro IV.
Fora da cidade, terá projetado parte da obra do cemitério do Peso da Régua para a família Ferreira e o edifício do Senado de Angra do Heroísmo (1849), nos Açores.
Morreu no Porto a 29 de janeiro de 1864.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2013)