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José Frutuoso Aires de Gouveia Osório 1827-1887 Médico, professor e político |
Nasceu no Porto a 11 de maio de 1827. Era o segundo filho de Frutuoso José da Silva Aires, negociante de vinho do Porto, e de D. Maria Máxima de Gouveia Osório Braga, e irmão de Joaquim, de Luís e de Francisco, comerciantes e proprietários, e de D. António Frutuoso Aires de Gouveia Osório, lente da Universidade de Coimbra, bispo do Algarve e de Betsaida, arcebispo de Calcedónia e político.
Bacharel formado em Filosofia (1847) e Medicina (1849) pela Universidade de Coimbra e doutor em Medicina pela Universidade de Edimburgo (1853), onde defendeu a dissertação Do prolapso do útero (editada em 1854), Gouveia Osório trabalhou como clínico no Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Porto desde 1854 e leccionou na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, primeiro como lente substituto das cadeiras de Medicina (1858-1863) e depois como primeiro lente proprietário da 11.ª cadeira - Higiene Pública e Medicina Legal (disciplina criada pela carta de lei de 26 de maio de 1863).
Fundou a Sociedade de Instrução do Porto no ano das comemorações do tricentenário da morte de Luís de Camões (1880), de que foi presidente. Foi vereador (1876) e presidente da Câmara Municipal do Porto entre 2 de janeiro e 23 de agosto de 1887. Presidiu à direção da Associação Industrial Portuense (atual Associação Empresarial de Portugal) entre 1854 e 1855 e à assembleia-geral da Sociedade do Banco União.
Foi director da Associação Comercial do Porto, vogal da Junta Geral do Distrito do Porto, provedor do Asilo Portuense de Mendicidade, diretor do Hospício dos Expostos do Porto, secretário da comissão promotora da 1.ª Exposição Agrícola do Porto (1857), secretário efetivo do Congresso Vitícola (Porto, 1880), membro da direcção-geral da Sociedade Agrícola do Porto e da Sociedade do Palácio de Cristal. Colaborou na organização da Exposição Internacional do Porto de 1865.
Escreveu poesia em jornais literários, artigos científicos e políticos em publicações periódicas como a Gazeta Médica e Saúde Pública e na Revista da Sociedade de Instrução do Porto e no jornal progressista Eco Popular (1847). Foi autor, entre outras, das obras: Documentos, Relatório e Notas Relativas à Exposição d’Agricultura (1857), Notas para a Historia da Medicina Portuguesa: Oração Inaugural recitada na sessão solemne d’abertura do anno lectivo de 1860-1861 (1860), Novas Providências e documentos acerca dos Expostos mandado publicar por Junta Geral do Distrito do Porto (1866), A Junta Geral do Distrito do Porto e as Creanças Socorridas no Hospício do Porto (1870) e Notícia biográfica do Conselheiro Francisco de Assis Vaz e Notas Históricas acerca do Ensino da Cirurgia no Porto. (1873).
Criou o projecto do Código Sanitário Português. Por sua iniciativa, a ponte Luís I foi dotada de dois tabuleiros e foi criada a estação de caminho-de-ferro na Praia da Granja, que muito contribuiu para o desenvolvimento desta estância balnear.
Foi sócio do Instituto de Coimbra e da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, Cavaleiro da Casa Real, Par do Reino (1887), Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e da Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha, e cavaleiro da Legião de Honra, de França.
Foi casado com Virgínia Maria Teresa de Brito e Cunha (1836-1905).
Morreu a 23 de agosto de 1887.
Dá nome a uma rua do Porto, na freguesia de Ramalde - a rua do Dr. Aires de Gouveia Osório -, e a uma sala do Museu de História da Medicina Maximiano Lemos – Sala Gouveia Osório - da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2013)