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Memória U.Porto

Docentes e Estudantes da Primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Francisco Manuel Homem Cristo


Caricatura de Francisco Manuel Homem Cristo

1860-1943
Jornalista, Professor Universitário e Panfletário



Francisco Homem Cristo nasceu em Aveiro, a 8 de Março de 1860, e iniciou a sua carreira militar como Praça, no Exército, com 16 anos de idade. Foi na Academia Militar que fez o seu percurso académico, revelando desde muito cedo grande simpatia pelos novos ideais políticos. Em 1881, foi um dos fundadores do semanário "A Justiça", de índole republicana. Criou o seu próprio semanário, intitulado "O Povo de Aveiro", mais tarde designado "O de Aveiro", de que foi único redator e lhe serviu para a difusão da sua propaganda e de querelas pessoais.

Em 1882 ascendeu ao posto de Alferes. Mais tarde, na mesma ocasião em que se tornou membro do Diretório do Partido Republicano Português, foi elevado à categoria de Tenente do Regimento de Caçadores 2, apesar de se ter incompatibilizado gradualmente com os restantes elementos a propósito do Golpe de 31 de Janeiro de 1891. Embora tenha preso e julgado, foi absolvido por ter demonstrado afastamento numa revolta que considerou não ter meios e condições para ser bem sucedida. Em 1894, foi mesmo conduzido ao posto de Capitão do Exército, o qual conservou até 1908, ano em que pediu a sua demissão formal, encetando polémicas com ilustres monárquicos sobre o rumo do país. Contudo, após a instauração da 1.ª República, entrou em dissidência com os dirigentes republicanos, incluindo Guerra Junqueiro e Afonso Costa, exilando-se voluntariamente em Paris, com a sua família.

Já durante o Sidonismo, regressou a Portugal, sendo eleito deputado pelo círculo de Timor e convidado por António de José de Almeida para prestar funções na recém-criada 1.ª Faculdade de Letras do Porto, como professor contratado do 4.º Grupo (Ciências Históricas). A 26 de Setembro de 1921, findo os dois primeiros anos de contrato, foi nomeado professor ordinário (catedrático, em 1926), regendo as cadeiras de História de Portugal, de História Antiga, de História Medieval, de História Moderna e Contemporânea, de História dos Descobrimentos e Colonização Portuguesa, de História Geral da Civilização e de História Universal.

Entre 1923 e 1926 lançou um forte ataque contra a 1.ª Faculdade de Letras do Porto e todos os seus elementos, durante a célebre e funesta campanha que ficou conhecida por "Homem Cristo". Nascida a propósito de uma questão disciplinar com alunos, numa das suas aulas, esta polémica estendeu-se rapidamente à figura de Leonardo Coimbra e à dos restantes docentes, suspeitando-se de irregularidades no ensino ministrado. Homem Cristo acabou por abandonar as suas funções de docente na Faculdade de Letras, indo exercer o cargo de deputado por Aveiro, de presidente da Associação Comercial e Industrial e da Junta Autónoma da Ria e da Barra de Aveiro (1925-30).
Envoltas nesta campanha difamatória, surgiram as primeiras propostas de extinção da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Com a vitória do Estado Novo, retomou a carreira docente universitária, tendo-se aposentado em 26 de Janeiro de 1931, último ano de funcionamento daquela Faculdade, após o anúncio da sua extinção, em 1928.

Descrito pelos seus conterrâneos como figura de personalidade reacionária e extremamente volátil, encetou, ao longo da vida, diversas polémicas com figuras de diferentes fações políticas e culturais, incluindo o próprio filho, Homem Cristo, filho, jornalista com projeção internacional e amigo pessoal de Mussolini. Faleceu na sua cidade natal, a 25 de Fevereiro de 1943.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)

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