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Augusto Roquemont 1806-1852 Pintor |
“Artista português legítimo, como oxalá o sejam os nossos naturais”
(Almeida Garrett)
Augusto Roquemont, filho de Frederico Augusto de Hesse-Darmstadt, nasceu em Genebra, a 2 de junho de 1806.
Estudou em Paris num colégio interno a partir dos 8 anos e, entre 1818 e 1827, realizou a sua formação artística nas cidades italianas de Roma, Bolonha, Florença e Veneza. Foi-lhe atribuído o 1.º prémio numa prova de exame na Academia de Belas Artes de Veneza (1820), em que teve de copiar uma cabeça a partir de uma estampa. Frequentou a Academia de Bolonha onde produziu trabalhos artísticos dos quais subsistem académias, esbocetos a óleo de autores renascentistas e barrocos, e estudos de figura a óleo.
O seu pai, que servira em vários exércitos europeus e veio a apoiar a causa de D. Miguel, encontrava-se em Braga no verão de 1828, marcando presença em paradas militares, quando chamou o filho para junto de si. Roquemont embarcou de Génova no dia 8 de julho de 1828 e chegou a Lisboa a 24 de agosto seguinte. Durante a estadia do pai em Portugal, foi seu secretário particular.
Encantado com o país e as suas gentes, Roquemont fixou-se no norte de Portugal. Esteve hospedado em Guimarães, na casa do miguelista conde de Azenha, onde passou largas temporadas. Fez algumas estadias pontuais em Lisboa e, a partir de 1847, fixou residência no Porto.
Nesta cidade foi mestre dos pintores João António Correia e Francisco José Resende, seu discípulo favorito. Ocupou o cargo de director da Aula de Desenho da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto (Carta Real de 28 de novembro de 1831). Com um ordenado anual de 600 réis terá exercido funções entre abril e julho de 1832, mês em que abandonou a cidade com a chegada das tropas liberais.
Depois do triunfo liberal, Roquemont refugiou-se em Guimarães, dedicando-se à produção de retratos particulares e de miniaturas, de projetos de arquitetura e decorações de igrejas, e a pintar bandeiras de irmandades.
Além da técnica da pintura a óleo, usada nos seus famosos retratos da nobreza e da alta burguesia nortenhas e nos costumes populares, também produziu trabalhos a lápis, carvão e esfuminho e fez retrato-miniatura.
Ensinou outros artistas como António José de Sousa Azevedo (1830-1864) e Caetano Moreira da Costa Lima (1835-1898) e marcou fortemente a primeira geração de pintores românticos portugueses, sobretudo Tomás da Anunciação (1818-1879).
A sua obra está representada no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, no Museu Grão Vasco, em Viseu, e na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa.
Morreu em 24 de janeiro de 1852.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2013)