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Maria Amélia de Magalhães Carneiro 1883 – 1970 Pintora e professora |
Maria Amélia de Magalhães Carneiro, filha de José Bernardo Dias Carneiro, negociante e proprietário, e de Júlia Caldas Moreira de Magalhães Carneiro, naturais da rua das Flores, Porto, nasceu a 2 de março de 1883, na freguesia de Cedofeita da mesma cidade.
Maria Amélia, a mais jovem de cinco irmãos, todos órfãos de mãe desde muito tenra idade, era sobrinha-neta do poeta ultra-romântico António Pinheiro Caldas (1824 – 1877) e prima do artista António Carneiro. Um dos seus irmãos – José Magalhães Carneiro – foi presidente do município de Matosinhos.
Entre 1898 e 1900, Maria Amélia frequentou o curso de Desenho Histórico da Academia Portuense de Belas Artes, tendo sido aluna do mestre José de Brito. Em 1901 prosseguiu os estudos no ateliê de Júlio Costa, onde fez amizade com a filha do professor – Margarida Costa –, que também era artista.
Após a morte do pai, em 1911, foi viver para Pocariça, Cantanhede, até 1941. Dirigiu cursos de desenho e pintura na freguesia da residência, mas também em Cantanhede e Coimbra
De regressou ao Porto em 1941, foi viver na rua de Nossa Senhora de Fátima, em casa da irmã Maria Helena e do seu marido, Norberto de Melo e Moura Zagalo Ilharco. Prosseguiu a docência, tendo–se aposentado em 1960. Depois do falecimento da irmã passou a habitar na rua de Brito Capelo, Matosinhos, na "Casa das Heras", tendo por companhia a sobrinha mais velha, Maria Helena Machado de Magalhães Carneiro.
Esta artista naturalista pintou paisagens da Beira Litoral, da Foz do Douro, de Leça da Palmeira, da Costa Nova e da Praia de Mira. Produziu cenas do quotidiano, de género e religiosas, naturezas-mortas e sobretudo retratos. Para além da utilização do óleo na pintura, desenhou a carvão e sanguínea. Vendeu quadros a colecionadores particulares, às câmaras municipais do Porto e de Coimbra, à Universidade do Porto e à Pinacoteca de S. Paulo. O quadro intitulado "Cabeça de Aldeã" (1929) integra hoje o acervo do Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.
Entre 1910 e 1960 participou em exposições individuais e coletivas no Porto, nomeadamente no Salão Silva Porto, em instituições como a Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, e ainda em Coimbra, Viseu e Estoril.
Morreu no Porto a 19 de fevereiro de 1970. Foi sepultada no jazigo da família, no Cemitério de Agramonte (Porto).
A sua obra foi reunida postumamente numa exposição organizada pela Casa da Cultura de Cantanhede, em 2003, e o seu nome foi atribuído a uma rua desse município – rua Maria de Amélia de Magalhães Carneiro –, em 2004. A Junta de Freguesia de Leça da Palmeira dedicou–lhe uma conferência, proferida pelo professor A. Cunha e Silva (2009).
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)