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Jorge Jardim Gonçalves 1935- Professor, engenheiro e empresário |
Jorge Manuel Jardim Gonçalves nasceu em Santa Maria Maior, no Funchal, a 4 de Outubro de 1935. É filho de Agostinho Carlos Gonçalves, comerciante madeirense, e de Maria Bernardete Estêvão de Sousa Jardim Gonçalves, natural do Funchal e proprietária de um colégio.
Na Universidade de Coimbra frequentou os preparatórios de Engenharia Civil. Nesta estância coimbrã ganhou especial afeição pelo clube Académica (Associação Académica de Coimbra), sem, no entanto, deixar de ser adepto do Marítimo.
Embora tenha iniciado os estudos em Coimbra, foi no Porto que se licenciou em Engenharia Civil, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1961, com a classificação final de quinze valores.
No início dos anos 60 estagiou no Funchal, nas obras de ampliação do aeroporto local.
Começou a carreira de engenheiro e cumpriu o serviço militar em Angola, durante a Guerra Colonial (1961-1974). Em 1962 casou com Maria da Assunção Osório de Vasconcelos, com quem tem cinco filhos.
Em 1969 regressou à FEUP, como Segundo Assistente Além do Quadro do 3º Grupo (Hidráulica). No mesmo ano foi nomeado Engenheiro Civil de Terceira Classe Suplementar da Administração dos Portos do Douro e Leixões. No segundo semestre do ano seguinte, ascendeu à categoria de Assistente Eventual Além do Quadro.
Em 1970, trocou de profissão e de cidade. Encetou, então, uma carreira bancária no Banco de Agricultura, onde, após o período de estágio, foi indigitado para o cargo de Administrador Executivo, na capital.
Após a nacionalização da Banca ocorrida durante a Revolução dos Cravos, exilou-se em Madrid. No país vizinho, desempenhou funções diretivas na "Companhia de Gestão e Indústrias", do Banco Popular Espanhol (1975-1976), através do qual conheceu e aderiu à Opus Dei, instituição católica fundada por Josemaria Escrivã de Balaguer, à qual pertence como supranumerário.
Regressou a Portugal em 1977, depois da nomeação para o Conselho de Gestão do Banco Português do Atlântico, por convite do Ministro das Finanças, Medina Carreira, e na sequência de um encontro com o Presidente da República Portuguesa, Ramalho Eanes. De seguida, em 1979, foi nomeado Presidente do BPA e do Banco Comercial de Macau.
Nos anos 80, foi persuadido a integrar o projeto de uma instituição bancária - o Banco Comercial do Norte, liderado pelos empresários Américo Amorim, António Gonçalves e J. Macedo Silva. O novo banco foi formalmente instituído em 1985, com o nome de Banco Comercial Português. Jardim Gonçalves ocupou a presidência do Conselho de Administração.
A partir de então deu-se início a um novo capítulo na história da banca nacional. Em 1995, o BCP assumiu o controlo do Banco Português do Atlântico e, mais tarde, em 2000, do Banco Mello, da Companhia de Seguros Império e do Banco Pinto & Sotto Mayor. Em 2003 adotou, finalmente, a denominação de Millennium BCP.
Em Março de 2005, Jardim Gonçalves passou o cargo de Presidente do Conselho de Administração ao seu delfim, Paulo Teixeira Pinto. Desde essa data até meados de 2008 manteve os cargos de Presidente do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho Superior do Millennium BCP, vindo a deixar esta instituição e os cargos que aí conservava na sequência do aceso conflito entre dois grupos de acionistas no seio do Conselho de Administração, que culminou com a saída de Paulo Teixeira Pinto.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)