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Aureliano da Fonseca 1915-2016 Médico, dermatologista e professor |
Aureliano Baptista da Fonseca, filho de Joaquim Baptista da Fonseca, proprietário e natural de S. Martinho das Chãs, Armamar, e de Arminda da Silva Santos, natural de Almacave, Lamego, nasceu no n.º 235 da rua de Sá da Bandeira, freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, a 25 de fevereiro de 1915. É neto paterno de António Bernardo da Fonseca e de Rosa Margarida Baptista e neto materno de Augusto dos Santos Almeida e Amália Loureiro dos Santos.
Fez os primeiros estudos no Colégio João de Deus e no Liceu Alexandre Herculano, no Porto.
Indeciso entre a carreira na Marinha e a formatura na U.Porto, optou por cursar Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, após a realização dos Preparatórios Médicos na Faculdade de Ciências da mesma Universidade. Matriculou-se em 1934.
Concluiu o curso em 1940, especializando-se, depois, em Dermatologia, por influência do médico e professor Villas-Boas Neto. A especialização decorreu na Consulta de Dermatologia do Hospital de Santo António, no Porto, e nos Serviços de Dermatologia dos Hospitais do Desterro e no Hospital dos Capuchos, em Lisboa. Aureliano da Fonseca foi o primeiro especialista encartado pela Ordem dos Médicos.
No Porto, Aureliano da Fonseca trabalhou no Hospital Militar Regional n.º 1 (D. Pedro V), onde organizou o Serviço de Dermatologia e Venereologia, a partir do qual desenvolveu forte atividade na luta antivenérea, sobretudo no Dispensário Central de Higiene Social do Porto e também na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Em 1956 foi contratado como 2.º assistente além do quadro do 11.º grupo - Curso de Dermatologia e Sifiligrafia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto -, ficando também responsável pela organização do serviço dessa especialidade no Hospital de S. João. Em 1964 foi nomeado 1.º assistente de Dermatologia e Venereologia da FMUP e, em 1970, professor auxiliar (até 1976).
Entretanto, prestara provas de doutoramento em Medicina a 13 de julho de 1963, com a defesa da tese Dermatoses pelo crómio: contribuição para o estudo etiopatogénico das dermites de causa externa. Obteve a classificação de dezassete valores.
Entre 1977 e 1985, Aureliano da Fonseca integrou o corpo docente da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Brasil, para organizar o ensino da sua especialidade e lançar as bases de um centro de dermatologia social.
Aureliano da Fonseca trabalhou em reputados hospitais e clínicas, europeus e norte americanos, designadamente no Hospital San Juan de Dios (Madrid, Espanha), no Hospital Saint-Louis (Paris, França), no Johns Hopkins Hospital (Baltimore, E.U.A.) e na Mayo Clinic (Rochester, E.U.A.).
Fez parte de diversas sociedades científicas médicas. Perito em doenças venéreas na Organização Mundial de Saúde entre 1966 e 1980, foi pioneiro de educação sexual em Portugal.
É autor de centenas de títulos científicos, entre os quais se destaca a obra Dermatology in Europe. A Historic Approach (1997).
Obteve o 1.º prémio num concurso internacional, com uma fotografia técnica (Munique, 1967).
Presidiu à Associação de Antigos Alunos da Universidade do Porto e, enquanto estudante, participou na reorganização do Orfeão Académico (renomeado Orfeão Académico da Universidade do Porto) e da Tuna, no seio da qual surgiu a Orquestra Universitária de Tangos.
Para as comemorações do 1.º Centenário da Academia Politécnica do Porto e da Escola Médico-Cirúrgica do Porto, em 1937, compôs o tango-canção Amores de Estudante com um colega tuno e orfeonista - Paulo Pombo (que escreveu a letra) -, que o OUP e a U.Porto adotaram como hino.
Foi em Lisboa que conheceu a sua futura mulher, a Dr.ª Zamira Evelina da Cunha Magalhães de Sousa Adão, casando-se em 1944. Teve 6 filhos: Luís Adão da Fonseca; os gémeos Fernando e António Adão da Fonseca, João Adão da Fonseca e Francisco Adão da Fonseca.
Em 2015, ano do seu 100.º aniversário, foi homenageado no dia 25 de fevereiro pelo jornal cultural Arte Entre as Letras, com o apoio da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos; e no dia 6 de março pela Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto, pelo Orfeão Universitário do Porto e pela Universidade do Porto.
Morreu a 16 de janeiro de 2016, aos 100 anos de idade.
(Universidade do Porto Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2015)