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António Lourenço Fontes 1940- Pároco, etnógrafo e escritor |
António Lourenço Fontes, filho de João Albino Gonçalves Fontes e de Ana Jesus, nasceu em Cambeses do Rio, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, a 22 de fevereiro de 1940.
Uma vez terminado o ensino primário, em 1950, ingressou no Seminário de Vilar, no Porto. Em 1962 concluiu o curso de Teologia. Foi ordenado sacerdote em 1963, ficando responsável pela paróquia de Barroso, em Montalegre. De seguida, foi nomeado pároco de Tourém, Pitões das Júnias e Covelães.
Anos mais tarde, entre 1975 e 1980, frequentou o curso de História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Entre 1970 e 1971 colaborou na criação da Casa do Povo de Montalegre. Neste mesmo ano foi transferido para a paróquia de Vilar de Perdizes, sendo admitido em 1973 como 2.º oficial da Casa do Povo de Montalegre. Foi coordenador das extensões de Solveira e Vilar de Perdizes em 1974. António Fontes exerceu também funções administrativas na Caixa de Previdência e em 1991 foi nomeado assessor do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Montalegre.
Fundou e preside ao Centro Social Paroquial de Vilar de Perdizes. Dinamizou vários ranchos folclóricos regionais e organizou os Jogos Populares Galaico Transmontanos. Criou a Feira do Fumeiro de Montalegre (1991) e impulsionou as sextas-feiras 13 – Noite das Bruxas (Montalegre).
É autor de obras de etnografia e história local, como: Etnografia Transmontana (1974, 1.ª ed.), Aras romanas e terras de Barroso desaparecida (1978), Cultura popular da zona do Barroso: situação geográfica, história antiga e moderna, artes e ofícios (1984) e de Grandes Barrosões: 1. Padre Domingos Barroso (1991). Em coautoria escreveu: Usos e costumes de Barroso (1972), Medicina popular barrosã: ensaio de antropologia médica (1995) e Cancioneiro ancestral barrosão (2011).
O Padre Fontes colabora com a imprensa regional, sendo fundador e diretor do jornal Notícias de Barroso (desde 1971), e com canais televisivos como a RTP e a TVE. Nas atividades que desenvolve contam-se, também, a organização de congressos internacionais, como: Milenário de S. Rosendo (1977), Centenário de S. Bento (1981), Caminhos de Santiago (1982) e Medicina Popular (que se realiza desde 1983).
É obra de sua autoria a reedificação do solar setecentista do Outão, em Mourilhe, Montalegre, que converteu no hotel rural Senhora dos Remédios.
Distinguido com a medalha de mérito municipal em 2003 e com a medalha de ouro de Montalegre em 2014, o Padre Fontes, quando comemorou o seu 70.º aniversário, foi presenteado com um documentário biográfico – O Homem, o Padre, O Mito, de Luís Costa Ribeiro - e nomeado O Maior Arraiano 2010, pela Associação Os Arraianos. Em 2012, os deputados eleitos pelo distrito de Vila Real requereram ao Presidente da República que lhe fosse atribuída a Ordem de Mérito.
No Ecomuseu de Barroso, em Montalegre, existe o "espaço padre Fontes".
(Universidade do Porto Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2015)