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Agostinho Salgado 1905-1967 Pintor e professor |
Agostinho António Salgado de Andrade nasceu em Leça da Palmeira a 21 de julho de 1905. Era filho de Jorge Agostinho Salgado de Andrade, natural de Cardanha, Torre de Moncorvo.
Ainda jovem emigrou para o Brasil, onde fez carreira comercial.
Regressou a Portugal em 1924. No ano seguinte ingressou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, que frequentou até 1935 e onde foi discípulo de António Carneiro, de José de Brito, de Acácio Lino e de Joaquim Lopes. Durante o curso, iniciou atividade artística na Fábrica de Cerâmica do Carvalhinho, em 1932.
Foi professor do Ensino Técnico, designadamente na Escola Faria Guimarães, conservador do Museu Nacional de Soares dos Reis e colaborador das revistas O Tripeiro, Museu e Lusíadas.
Enquanto pintor naturalista percorreu um caminho artístico autónomo, apesar de se ter aproximado do movimento abstracionista durante as décadas de 40 e 50. Também produziu retratos, nomeadamente para a Faculdade de Ciências e para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e para Reitoria da mesma Universidade: Abílio Aires, Abílio Barreiro, Sousa Pinto, Américo Pires de Lima, Mendes Correia, António Machado Guimarães, Manuel Ferreira, Manuel Marques Teixeira de Oliveira (Salão Nobre) e ainda Cândido de Pinho, Alfredo de Magalhães e Amândio Tavares (Sala do Conselho).
É um dos 3 pintores mais representativos do acervo do Museu da Quinta de Santiago - Centro de Arte de Matosinhos, juntamente com António Carneiro e Augusto Gomes. Dá o seu nome a uma das salas deste espaço museológico – Sala Agostinho Salgado -, na qual se exibem telas da sua autoria, que retratam paisagens do concelho de Matosinhos. Em 2012, entre 3 de março e 5 de junho, o Museu da Quinta de Santiago acolheu a exposição 3 Ases que, de uma forma renovada, mostrou as obras dos seus artistas residentes.
Realizou exposições individuais e participou em exposições coletivas em cidades portuguesas e estrangeiras como Matosinhos, Amarante, Porto, Vila Real, Estoril, Rio de Janeiro e Praga e foi convidado para participar na exposição comemorativa do IV centenário da morte de S. Francisco Xavier, em Goa, em 1952.
Agostinho Salgado recebeu várias distinções, nomeadamente a 1.ª medalha no Salão Estoril (1950) e o Prémio António Carneiro concedido pelo Secretariado Nacional de Informação (1963). Encontra-se representado em museus portugueses, como o Museu de Arte Contemporânea, em Lisboa, o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, a Casa-museu Fernando de Castro, também no Porto, o Museu Grão Vasco, em Viseu e o Museu Abade Baçal, em Bragança.
Em Matosinhos dá o seu nome a uma rua.
Morreu em Leça da Palmeira no dia 25 de abril de 1967.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)