Esta data evoca o nascimento de Luis Braille, criador do sistema que leva o seu nome e que ficou mundialmente conhecido por possibilitar o acesso dos cegos à leitura e escrita.
Ainda hoje, mais de 200 anos depois, o Braille continua a ser o único meio de leitura para os cegos. A música, a matemática e até mesmo a informática conseguem representar-se na grafia Braille usando apenas a combinação de 6 pontos.
A transcrição para Braille de obras literárias, manuais, revistas e outras publicações diversas é fundamental para a cultura e a literacia das pessoas cegas.
Em Portugal destacam-se na edição de livros em Braille a Biblioteca Nacional e a Imprensa Braille (Centro Professor Albuquerque e Castro), mantendo esta última um notável trabalho na edição de livros e publicações diversas.
Fundada em 1956 por José de Albuquerque e Castro, professor no Instituto de S. Manuel, a American Foundation for Overseas Blind ofereceu ao Prof. Albuquerque uma máquina de estereotipar e outra de imprimir, bem como grande quantidade de zinco para a estereotipia e de papel para a impressão. Todo este material foi doado à Santa Casa da Misericórdia do Porto para criação, numa sala daquele Instituto, do Centro de Produção do Livro para o Cego, de que o Professor veio a ser o primeiro diretor até 1967, data do seu falecimento.
No Plano Anual de Atividades do Centro Prof. Albuquerque e Castro podemos encontrar as revistas mensais "Poliedro" e "Rosa-dos-Ventos", o Jornal de Notícias, a Visão e diversos títulos de obras de autores portugueses e estrangeiros.
Para o acesso, divulgação e preservação do livro em Braille, muito têm contribuído várias bibliotecas públicas com núcleos Braille e das quais se destacam pelo seu trabalho e empenho a Biblioteca Municipal de Matosinhos e a Biblioteca Municipal de Gaia, com serviço de empréstimo, sala de leitura e eventos de divulgação do seu acervo. Mas muitas outras, com acervos menores mas localizadas fora dos grandes centros têm tido um papel fundamental na divulgação do Braille entre os cegos residentes em zonas rurais, longe das grandes cidades.
A biblioteca da Faculdade de Letras da UP tem um pequeno núcleo Braille pesquisável através do catálogo geral e a que qualquer estudante da UP pode ter acesso.
Assista a um vídeo criado a partir de imagens recolhidas por Dolores Tomé no museu Luís Braille em Paris.
Convite do INR: Exposição "Braille – Pontos que Iluminam"
7 a 10 janeiro | 10h – 17h, Av. Conde de Valbom, 63, Lisboa
Convidamos a visitar a exposição "Braille – Pontos que Iluminam Mundos", que terá lugar no Instituto Nacional para a Reabilitação, no Auditório Orlando Monteiro, localizado na Av. Conde de Valbom, 63 em Lisboa. A exposição poderá ser visitada de 7 a 10 de janeiro de 2025, entre as 10h00 e as 17h00.
Nesta mostra, que celebra os 200 anos da criação do sistema Braille e o Dia Mundial do Braille, celebrado a 4 de janeiro, destacamos materiais e equipamentos promotores da inclusão das pessoas cegas e com baixa visão em áreas como a educação, saúde, trabalho, cultura, participação cívica, orientação e mobilidade, desporto e lazer.
Na exposição, pode conhecer a história de Louis Braille e o contexto que deu origem ao seu sistema revolucionário, bem como a sua evolução e adoção em todo o mundo.
A exposição conta com uma versão virtual, que inclui objetos históricos, documentos interativos e depoimentos de pessoas que utilizam o Braille no seu dia-a-dia. Esta exposição digital, além de complementar a exposição física, incide sobre a forma como as tecnologias atuais estão a integrar o Braille, ampliando as possibilidades de comunicação e participação.
Ao longo de 2025, será promovido um programa de atividades dirigido a públicos de todas as idades, em particular crianças e jovens, com o objetivo de fomentar a reflexão e promover o conhecimento do Braille.
Junte-se a nós nesta viagem ao mundo do Braille e descubra como pequenos pontos podem iluminar o caminho para a inclusão e a acessibilidade.