Resumo (PT):
O desemprego tem vindo a tornar-se uma experiência cada vez mais recorrente.
Ainda que as taxas de desemprego possam variar em função das estratégias
macroeconómicas adotadas, o desemprego estrutural, pelas alterações profundas que o
mercado de trabalho tem vindo a sofrer, será sempre de valor considerável. Neste contexto,
um grupo que tradicionalmente estava protegido encontra-se agora vulnerável ao
desemprego – os líderes. Na base desta nova realidade poderão estar o número e ritmo
recordes de fusões e aquisições (Grey, 2013), a par do achatamento da estrutura das
organizações. Este estudo de caso explora e descreve a vivência do desemprego por quem
no anterior emprego exerceu um cargo de liderança. Os dados foram recolhidos com recurso
à entrevista semiestruturada, ao diário de bordo e à entrevista eletrónica. Procurou-se
compreender esta experiência considerando os níveis de privação dos benefícios manifestos
e latentes do trabalho, os sentimentos associados ao desemprego bem como o estigma que
recai sobre o desempregado. Os resultados sugerem que a vivência do desemprego é mediada
por aspetos vários como a forma como o desemprego ocorre, a fase de vida ou os recursos
do desempregado, pelo que se considera poder ser uma experiência idiossincrática.
Idioma:
Português
Nº de páginas:
37