Resumo: |
O objetivo deste projeto é desenvolver lipossomas acoplados a anticorpos direcionados aos recetores da barreira hematoencefálica (BHE). O conceito será aplicada à doença de Alzheimer. Péptidos e complexos fluorados inibem a agregação do péptido beta-amiloide (Abeta), principal componente dos depósitos de amiloide da doença de Alzheimer. Recentemente, um dos péptidos inibidores de amiloide foi conjugado ao polietileno glicol (PEG), pela equipa de investigação, para aumentar a sua estabilidade e tempo de semivida plasmática. No entanto, a utilização da maior parte das drogas para a doença de Alzheimer está limitada pela sua fraca capacidade em atravessar a BHE. A principal razão desta limitação é o facto de as drogas desenvolvidas não possuírem as propriedades necessárias para permear a barreira: miscibilidade lipídica e um peso molecular inferior a 400 Da. A veiculação de péptidos está ainda condicionada pela sua baixa biodisponibilidade. Existem anticorpos monoclonais que atravessam a BHE, apesar de terem um peso molecular superior a 400 Da e serem hidrofílicos. Este facto deve-se ao transporte mediado por recetores. Estes anticorpos podem ser usados para facilitar a veiculação e transporte de outras moléculas de peso molecular elevado e hidrossolúveis através da BHE. A inovação deste projeto é atracar anticorpos para recetores endógenos da BHE e para oligómeros de Abeta a lipossomas funcionalizados com PEG. Particular atenção será dada ao estudo da toxicidade dos sistemas. O polímero PEG aumenta o tempo de semivida plasmática dos lipossomas, além de permitir atracar os anticorpos monoclonais. Um estudo sistemático para avaliar a toxicidade em função da funcionalização/encapsulação será realizado. O projeto contribuirá para o desenvolvimento de sistemas de veiculação avançados capazes de atravessarem a BHE e atingir áreas do cérebro afetadas pela doença de Alzheimer. |