Direito à Cidade | The Right to the City - Ciclo Internacional de Conferências
15 junho 2020 |
The City as a Normative Space
From polis to the radiant city
ONLINE LECTURE |Link for the Zoom meeting available soon |Conferência por F r a n c i s c o C . G o n z á l e z |
Research Professor. Institute of Philosophy |
Spain’s National Research Council (CSIC) |
Moderação | Moderation: PAULA CRISTINA PEREIRA, Instituto de Filosofia/FLUP |
A filosofia ocidental não nasceu apenas na cidade, mas a cidade tem sido, desde o início, uma das suas preocupações. Para Aristóteles, por exemplo, o objetivo da polis era facilitar a busca da “vida boa”, ou seja, realizar o potencial da natureza humana. A vida civilizada era, portanto, equivalente à vida na polis. O tamanho ideal de uma polis deveria ser tal que permitisse a interação pessoal de todos os cidadãos, a fim de obter uma opinião sobre a virtude cívica das magistraturas. Por outro lado, as grandes organizações políticas eram típicas de sociedades bárbaras e despóticas, como os persas. Este é apenas um exemplo de como o discurso urbano tem sido, em certa medida, um discurso normativo. A discussão sobre a cidade tem sido um debate sobre a “cidade boa”: a cidade piedosa do cristianismo primitivo, a cidade ideal durante o Renascimento e a cidade habitável, inteligente ou sustentável desde a revolução industrial até os nossos dias. O urbanismo tem sido uma busca permanente pela criação de coerência entre as proporções físicas da cidade e o tipo de relações humanas que ela promove. Com o surgimento da industrialização no século XIX, a preocupação com as qualidades estéticas e políticas da cidade foi substituída pelo estudo do impacto urbano da modernidade. Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento modernista/funcionalista do design urbano deixou de lado o contexto humanista que o acompanhava há séculos. A nova noção de "cidade radiante" de Le Corbusier, por exemplo, era a de uma "máquina para morar". O objetivo da nova doutrina modernista era responder à necessidade urgente de reconstrução urbana criada pela guerra. A solução passava por aumentar a densidade e a eficiência da cidade. Por trás dessa ideia estava uma visão mais profunda da modernização como processo de homogeneização social induzido pela organização geométrica do ambiente construído. Esse movimento produziu, desde os anos 1960, uma reação contra a "morte" das cidades modernas, em particular das cidades americanas, como Jane Jacobs denunciou. Esta conferência tentará explicar os itinerários teóricos que colocaram a cidade e a dimensão urbana em geral no centro da filosofia social e política contemporânea.
Mais informação em em
https://ppscic2019-2020.wixsite.com/righttothecity e, ainda, em
https://ifilosofia.up.pt/activities/lecture-5-international-cycle-the-right-to-the-city