Resumo (PT):
No cenário atual, o teletrabalho ocupa um lugar de destaque na vida dos indivíduos e das
organizações, pelo que, mais do que nunca, o estudo das suas condicionantes e implicações
se torna essencial para a inovação e otimização das formas de se trabalhar.
A presente dissertação tem como objetivo explorar os fatores de influência na experiência
individual do teletrabalho, abordando aspetos como o género e a parentalidade dos
colaboradores, a perceção da pressão exercida pelas chefias, a duração deste período e os
índices de satisfação profissional e dos domínios da personalidade, na construção da
perceção individual deste regime. Para cumprir este objetivo, foi desenvolvido um estudo
empírico que conta com uma amostra de 12 colaboradores de uma organização, através do
recurso a um questionário sociodemográfico, de contexto e de Satisfação Profissional, e ao
Inventário de Personalidade NEO-Revisto (NEO-PI-R), complementados com a condução
de entrevistas semi-exploratórias.
Os resultados indicam que a avaliação global da experiência de teletrabalho é mais
positiva nos indivíduos que não têm filhos, que são menos pressionados pelas chefias e que
estão mais tempo em teletrabalho, considerando-se o regime parcial. No sentido oposto, os
indivíduos que percecionaram exigências adicionais por parte de familiares e colegas de
trabalho avaliam esta experiência mais negativamente, sendo também demonstrado que os
indivíduos com filhos crianças se sentem mais pressionados pelas chefias quando em
teletrabalho. Por fim, é enfatizado o papel do género na qualidade da experiência de se
trabalhar a partir de casa, especificamente no que se refere à articulação entre os domínios
profissional e familiar.
Considera-se que esta temática deverá continuar a ser explorada mais detalhadamente em
investigações futuras, tendo em conta as perspetivas de progressão do recurso ao
teletrabalho.
Idioma:
Português
Nº de páginas:
75