A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) esteve em festa, no dia 10 de setembro, para celebrar a transição dos futuros médicos para o chamado “ciclo clínico”.
Considerada uma etapa marcante no percurso académico dos estudantes que passam para o 4º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIMED), a ocasião foi assinalada, na Aula Magna, com os tradicionais discursos, com o juramento “a uma só voz” e com a imposição da Minerva.
Num dia “particularmente energético”, que começou com a receção aos “caloiros” de Medicina e da nova Licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica (SauD InoB), o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, destacou “o componente estético e simbólico” desta cerimónia, que “marca uma passagem”.
“Desde pequeninos, estamos habituados a rituais de passagem. Esta cerimónia ficará nas vossas memórias e, quando encontrarem a Minerva na gaveta, lembrar-se-ão dela, por marcar uma nova etapa da vossa vida”, afirmou.
Apesar da relevância do ritual, o diretor da FMUP concordou que a divisão entre ciclos pré-clínico e clínico é artificial e que, na verdade, existe um “continuum”, tal como entre “o verde jovem vibrante” destes estudantes e o “verde maduro” dos médicos.
Como já havia feito com os “caloiros”, Altamiro da Costa Pereira aconselhou estes estudantes a terem “coragem para enfrentarem os medos”, além de “sentido de humor” e, acrescentou, misericórdia para com os doentes. “Que a Minerva vos acompanhe”, desejou.
O presidente do Conselho de Representantes da FMUP, João Bernardes, realçou, por sua vez, o “significado muito especial” desta cerimónia, na qual os estudantes assinalam um “compromisso” com um conjunto de valores e princípios que regem a profissão. À Faculdade compete assegurar que possam levar “a bom porto” esse compromisso. Entre estudantes e FMUP, fica o “compromisso partilhado” de se manterem atualizados e competentes na missão que empreendem.
Coube ao diretor do MIMED, José Gerardo Oliveira, fazer a imposição simbólica do emblema da deusa Minerva ao melhor classificado do 3º ano, Vítor Henrique Duarte, depois de todos terem jurado, perante professores e colegas, “defender os valores perenes desta Escola”, em nome dos doentes que tiverem “a honra de tratar” ( ver discurso ).
De acordo com a presidente da Associação de Estudantes da FMUP (AEFMUP), é hora de “colocar o conhecimento em prática”, de se afastarem dos livros e de se aproximarem das pessoas. Aos que iniciam agora este novo percurso, Emília Pinho incentivou que se coloquem duas questões: Que médico querem ser e o que falta fazer? A resposta à primeira estava na ponta da língua: “quero ser a médica que eu gostava que tratasse a minha avó”.
Também para a diretora de Direitos Humanos e Ética Médica da ANEM, Leonor Borges, a “odisseia” do curso de Medicina concretiza-se no contacto com os doentes, que merecem “a excelência no contacto, respeito, sensibilidade e sentido de oportunidade”. Estes são, de resto, alguns dos princípios do Código de Ética para Estudantes de Medicina, com que estes foram presenteados.
A C3 – Cerimónia do Ciclo Clínico contou ainda com as atuações da Tuna Feminina de Medicina do Porto, do Grupo de Fados de Medicina do Porto, do GATU e da Tuna de Medicina do Porto.