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Estudantes da FMUP organizam debate online sobre uso recreativo da cannabis
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Iniciativa da Associação de Estudantes irá 'juntar' profissionais de diferentes áreas para discussão em live streaming
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Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (AEFMUP) organiza esta quarta-feira um
debate online sobre o consumo da cannabis para fins recreativos. A iniciativa tem início previsto às 19 horas e terá transmissão online no
Facebook da AEFMUP.
O debate irá contar com a presença "à distância" de Maria Augusta Vieira (professora da FMUP e psiquiatra do Centro Hospitalar Universitário de São João), João Goulão (médico de Medicina Geral e Familiar), Bruno Maia (especialista em Neurologia), Rosa Gonçalves (psiquiatra do Hospital Conde de Ferreira) e Ricardo Baptista Leite (especialista de Saúde Publica e deputado do PSD). A moderar o debate estarão dirigentes da AEFMUP.
Com a duração prevista de 2 horas, o debate irá ter também um espaço de interação com os estudantes, que irão ter a oportunidade de esclarecer dúvidas e colocar questões aos intervenientes.
Entre os estudantes, as opiniões dividem-se quanto à ideia de despenalizar a cannabis para fins recreativos.
"A despenalização podia, por um lado, pressupor um acesso mais seguro e regulamentado, mas, por outro, podia fazer com que se diminuísse a perceção de risco devido ao facilitismo inerente associado". Marta Gonçalves Rocha lembra também as conclusões de um
estudo publicado em dezembro pela FMUP e pelo Cintesis sobre o aumento do número de hospitalizações associadas a cannabis registadas nos hospitais públicos portugueses.
Já Gonçalo Gomes tem uma outra opinião sobre o tema. O estudante do 3.º ano do Mestrado Integrado em Medicina dá o exemplo de países que já legalizaram a cannabis para fins recreativos, como os Estados Unidos e o Canadá, e onde se constataram alguns indícios positivos.
"A legalização permitiu um maior controlo sobre quem vende e quem compra, ou seja, possibilitou combater o tráfico e a adulteração destes produtos". O estudante do 3.º de Medicina recordou que o consumo nesses países "estagnou ou até reduziu". Gonçalo defende ainda que "o foco da abordagem política deve estar orientado para a informação e o conhecimento necessários à orientação de escolhas individuais conscientes e responsáveis".