A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) realizou, no dia 11 de abril, o 2.º Encontro de Parceiros da Licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica – SauD InoB, que começou em setembro de 2024. Esta foi, por isso, a primeira edição com a participação dos estudantes que “inauguraram” esta nova licenciatura, no presente ano letivo.
O Encontro, que teve como palco o Auditório do Centro de Investigação Médica (CIM-FMUP), contou com a presença de dezenas de personalidades, em representação de vários parceiros, e das Unidades Orgânicas da U.Porto e instituições de Ensino Superior que colaboram com este curso.
Como sublinhou o diretor da FMUP, esta licenciatura é paradigmática da “estratégia” da Faculdade de se abrir à comunidade e de trabalhar com ela”. Altamiro da Costa Pereira falava na introdução à palestra proferida por Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde e presidente do Conselho Geral da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar.
O arranque deste encontro fora dado por João Fonseca, diretor da SauD InoB, Adelino Leite Moreira, presidente do Conselho Científico da FMUP, Inês Sousa, presidente da Associação de Estudantes (AEFMUP), e Diana Galhardo, presidente da Comissão de Curso 2024-2027.
O envolvimento de parceiros, que são já mais de 60, é, de resto, um “aspeto fundamental desta licenciatura” desde a sua criação, como afirmou João Fonseca, esperando-se que deem a conhecer as suas necessidades para que docentes e estudantes possam ir adaptando o seu processo de ensino e aprendizagem.
É com este “princípio basilar” de “sonhar o futuro” que o curso “abre caminho”, explorando problemas e desafios lançados pelos parceiros em iniciativas como o “Laboratório de Ideias” e o “Hospital Virtual Lab”, que seriam, mais tarde, apresentados por Nuno Vale, coordenador das parcerias, e por Tiago Jacinto, professor da FMUP.
Adelino Leite Moreira realçou a importância da “multidisciplinaridade” neste curso que assumiu o “desafio” de criar uma nova licenciatura numa “casa aberta à mudança” que estava, há 200 anos, voltada para a formação médica. “O desafio de sermos atrativos para os estudantes foi atingido em tempo recorde”, realçou, elogiando a “coragem de acreditar” destes estudantes.
Sete meses depois do início das aulas, Diana Galhardo deu vivo testemunho do risco assumido por um futuro que acredita ser “promissor” e da experiência que é viver num “verdadeiro ecossistema de inovação” em que se visa aproximar o mundo académico do mundo real.
Já Inês Sousa reforçou a vontade de trabalhar “lado a lado” com estes futuros profissionais, que, mais do que fazer parte, irão liderar a transformação digital, graças a uma “formação de excelência”.
Na sessão presidida pelo diretor da FMUP e moderada por Inês Falcão Pires e por Elísio Costa, membros da Comissão Científica da SauD InoB, Maria de Belém Roseira, presente a distância, disse que é preciso enquadrar a transformação digital no desenho da política de saúde.
“Temos de pensar no que a saúde pode dar à economia. A saúde tem de ser olhada como um investimento, com modelos de avaliação pelos doentes, uma visão cooperativa e novas lideranças pelo mérito, uma aposta na prevenção e uma priorização dos cuidados primários e da digitalização”, afirmou.
Uma “autonomia estratégica” na área farmacêutica e a assunção de prioridades na investigação são outros pontos-chave numa altura em que é preciso “manter o modelo de proteção social europeu”, apesar das necessidades emergentes na defesa.
Este segundo encontro teve a participação de diversos parceiros convidados, designadamente Ciberbit, Roche, Germano de Sousa, Bial, Digestaid, i3S, SPMS, Infarmed, Fraunhofer AICOS e Bristol Myers Squibb.
A Licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica é promovida em articulação com as Faculdades de Ciências (FCUP) e de Farmácia (FFUP) da Universidade do Porto e tem a colaboração do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), bem como de três Laboratórios Associados – INESC TEC, i3S e RISE.
O curso é financiado por fundos do programa «Next Generation EU» do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do «Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto – Impulso Jovens STEAM & Impulso Adultos».