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Bárbara Carvalho foi uma das vencedoras da competição «Cinco Minutos de Tese»

Estudante da FMUP distinguida pela Federação Académica do Porto

Bárbara Carvalho, estudante da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), foi uma das vencedoras da competição  “Cinco Minutos de Tese na Academia do Porto”.

Promovida pela Federação Académica do Porto (FAP), esta competição pretende “estimular as competências de comunicação de ciência dos estudantes de mestrado e de doutoramento”.

“Recebi este prémio com imensa alegria e gratidão. É um enorme privilégio ver o meu trabalho reconhecido pela FAP, não apenas pelo seu impacto na comunidade científica, mas também pelo potencial que tem para melhorar os cuidados de saúde de muitos doentes”, reage a estudante.

Mais do que um reconhecimento, diz, este prémio é “um incentivo para continuar a perseguir os meus sonhos e a dedicar-me à investigação, acreditando que é possível transformar desafios em soluções que beneficiem a sociedade. Com ele, sinto-me ainda mais motivada a explorar novos caminhos e a trabalhar para fazer a diferença, inspirando outros a seguirem o mesmo percurso”.

Nesta competição, os estudantes concorrentes foram desafiados a explicar a importância e o impacto da sua investigação a um público não especializado. O prémio para o melhor em cada ciclo de estudos foi de 1000 euros.

No seu caso, Bárbara Carvalho explicou, de uma forma acessível, para a comunidade académica, a importância da sua dissertação, centrada na endarterectomia carotídea, uma cirurgia utilizada na profilaxia de acidentes vasculares cerebrais (AVC).

“Eu apresentei de uma forma simplificada como as alterações de uma área específica do cérebro, a substância branca nos núcleos da base, podem prever complicações neurológicas durante a cirurgia", conta.

Os resultados desta investigação, publicados no European Journal of Radiology, demonstram que “os pacientes com alterações mais graves da substância branca têm um risco até três vezes superior de apresentar défices neurológicos durante aquela cirurgia e, como tal, maior risco de complicações pós-operatórias”.

Na prática clínica, a utilização de um “score” que avalia a extensão das alterações da substância branca permite prever complicações antes do procedimento, permitindo a adoção de estratégias que previnem AVC pós-operatórios. Este “score” já foi validado como preditor de risco cardiovascular a longo prazo.

“Embora o foco do nosso estudo tenha sido a endarterectomia carotídea, os métodos podem ser aplicados noutras cirurgias que apresentem um risco de redução temporária de fluxo sanguíneo cerebral. Este é mais um contributo para uma abordagem individualizada, ao permitir adaptar as estratégias da prática clínica conforme o risco dos doentes”, refere.

Relativamente ao concurso, Bárbara Carvalho sublinha: “Saber comunicar bem a ciência é essencial para garantir que os resultados das investigações não se restringem aos investigadores, mas que realmente contribuem para a saúde e para a sociedade em geral. Além disso, saber comunicar de uma forma clara contribui para a melhoria da literacia das pessoas e para que estas percebam a importância da investigação no dia a dia”.

A sua receita para atrair o público geral envolve “a aproximação da linguagem, tentando manter o essencial do conteúdo. Para ajudar à compreensão, podemos utilizar exemplos concretos do quotidiano e, sempre que possível, ilustrações. Nas minhas apresentações tento sempre pôr-me no lugar do outro. Além disso, temos de ser objetivos sobre quais são os benefícios da nossa investigação, neste caso, melhorar a segurança desta cirurgia tão importante para a profilaxia do AVC”.