Desde o seu desenvolvimento nos anos 50, a inteligência artificial (IA) tem sido sempre trazida para a saúde, apesar de as implicações próprias do setor funcionarem como fator limitante, especialmente durante o chamado “Inverno da IA” dos anos 90. O século XXI lançou uma “primavera”, assente em inovação na recolha de dados e no poder computacional, entrando no atual “verão quente” da IA, onde os grandes agentes (como a Google ou a IBM) apresentam abordagens de deep learning, natural language processing (NLP) e Big Data. Apesar do entusiasmo com estas sobremediatizadas técnicas de IA, muito poucas se encontram em uso clínico, não conseguindo cumprir critérios como a explicabilidade das decisões e provocando debates sobre os problemas éticos e jurídicos da aplicação da IA à saúde e à medicina clínica. Sejam como têm sido muitas as consequências que o desenvolvimento destas tecnologias tem provocado na sociedade, fenómenos como o nudge, as fake news, as mudanças ao nível do mercado de trabalho, entre outros, devem ser refletidos e ponderados em função das suas implicações também no campo da saúde.
Preocupações atuais das aplicações de inteligência artificial na saúde incluem:
- métodos de IA explicável (XAI) capazes de lidar com a prevalência crescente de patologias crónicas e cenários de multi-morbilidade a nível global,
- aplicações de XAI em saúde (i.e. modelação de prognóstico, diagnóstico precoce, apoio à decisão no tratamento, sistemas especialistas baseados em evidência e ciência de dados em saúde), seguindo as mais recentes diretivas europeias em explicabilidade das recomendações,
- a interface entre ciência cognitiva e raciocínio clínico (i.e. filosofia e ética da IA, modelos psicológicos de desenvolvimento cognitivo, IA geral).
É extremamente importante complementar a investigação na IA com um olhar atento para a forma como essa IA irá integrar os complexos ecossistemas existentes na Saúde, nomeadamente através de uma abordagem filosófica à natureza da causalidade e às ontologias utilizadas na prática clínica.
Para mais informações:
https://escolaverao.med.up.pt/
Objetivos
Este curso foi especificamente projetado para esclarecer o domínio de aplicação de inteligência artificial em contextos de saúde, discutir implicações legais, éticas e de governança da sua aplicação na prestação de cuidados de saúde, e estimular a consciencialização (pelo levantamento de problemas e insuficiência de soluções) de todos os interessados, nomeadamente profissionais de saúde envolvidos em aplicações inteligentes na decisão em saúde, decisores responsáveis pela governança da prestação de cuidados, e desenvolvedores tecnológicos com foco nas área da saúde.
Competências Profissionais
Pretende-se que os estudantes sejam capazes de responder criticamente ao desenvolvimento da Inteligência Artifical aplicada ao domínio da saúde. O impacto socio-económico, a responsabilidade das decisões, o controlo e regulação dos sistemas, a transparência do processo serão dimensões centrais para que um profissional de saúde possa compreender e adaptar-se à evolução atual nos cuidados de saúde. Compreender os fenómenos globais catalizados pelo desenvolvimento da IA será outra competência central de qualquer agente ligado ao campo da saúde.
Informações
Vagas: 20 (máx.)/7 (mín.)
Destinatários:
Profissionais e estudantes de ensino superior das áreas de saúde, ciências sociais, gestão, informática e engenharia.
Condições especificas de acesso:
Frequência ou conclusão de curso de ensino superior nas áreas de saúde, ciências sociais, gestão, informática e engenharia ou outras.
Critérios de seleção e seriação dos candidatos e respetivas ponderações:
A ordenação dos candidatos será feita por:
- Grau académico: Doutoramento: 3 pontos; Mestrado: 2 pontos; Licenciatura: 1 ponto
- Média de licenciatura, ou das classificações obtidas até à data (no caso dos estudantes de 1º ciclo): 10 – 14: 1 ponto; 15 a 18: 2 pontos; 19 ou 20: 3 pontos.
Em caso de empate serão admitidos todos os candidatos empatados, alargando-se o número de vagas.
Candidaturas on-line: 1.06 a 19.07.2019
. prolongamento da candidatura: até 29.07.2019
Afixação de resultados provisórios: 26.07.2019
. alteração da data para: 2.08.2019
Audiência Prévia: 29.07 a 09.08.2019
. alteração da data para: 5 a 19.08.2019
Afixação de resultados definitivos: 19.08.2019
. alteração da data para: 20.08.2019
Apresentação de reclamação de resultados: 20 a 22.08.2019
. alteração da data para: 21 a 22.08.2019
Publicação da decisão de reclamações: 23.08.2019
Matrículas on-line: 26.08 a 6.09.2019
Prazo para eventual colocação de suplentes: 9 a 13.09.2019
Modo de notificação dos candidatos: On-line na página da FMUP
Propina:
Público geral: 250¤ + 2¤ (seg. escolar);
Estudantes UP (cursos conferentes de grau): 100¤ + 2¤ (seg. escolar);
Alumni: 150¤ + 2¤ (seg. escolar);
Desconto de 25% para formandos que se inscrevam em mais do que uma unidade de formação da Escola de Verão 2019, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Colaboradores e investigadores do MEDCIDS – Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde – Gratuito. A isenção de propina carece da autorização do Diretor de Departamento / Investigador Principal da Unidade de Investigação, até ao limite de 7 formandos.
CALENDARIZAÇÃO DO CURSO
- Segunda-feira, 16 de Setembro das 9h às 13h
- Terça-feira, 17 de Setembro das 8h30 às 13h
- Quarta-feira, 18 de Setembro das 8h30 às 13h
Local:
MEDCIDS - Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde - Faculdade de Medicina da UP (CIM-FMUP) R. Dr. Plácido da Costa, s/n, - 4200-450 Porto.
Comentários
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