Resumo (PT):
Em pleno século XX, no contexto do nacional socialismo, foram vários os arqueólogos a dedicar-se ao estudo dos visigodos, dos testemunhos materiais associados e do Reino que instituíram, com capital em Toledo. Na raiz deste interesse e do desenvolvimento de todo um “programa”, encontrava-se uma ideia de força e perfeição de um povo, instrumentalizada e manejada, de modo a legitimar um conjunto de conceitos e, em última instância, uma ideologia. Essa procura encontrou eco em políticos e arqueólogos espanhóis, designadamente em Martínez Santa-Olalla, um germanófilo com ligações à Falange e ao franquismo, personagem-chave no estabelecimento da ponte comunicante com a Ahnenerbe e na discussão em torno do legado germânico e da noção de arianidade em Espanha. A par do percurso ideológico seguido, Santa-Olalla publicou trabalhos sobre a arqueologia visigótica, caso de um ensaio com
vocação sistematizadora, que ainda hoje é referenciado nos estudos peninsulares que se debruçam sobre os materiais desta época.
Transportamos essa noção de instrumentalização de ideias e a própria adesão a uma fé em particular, enquanto veículo para atingir objectivos políticos, até ao século VI, por forma a observar algumas linhas orientadoras do modo como o Reino se foi consolidando e moldando através de procedimentos bem definidos.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific