Resumo (PT):
A ditadura vigente em Portugal, entre 1926-1974, estabeleceu um sistema repressivo que incidiu sobre a política, a sociedade, a economia e a cultura. Neste último campo, os efeitos repressivos foram formatados quer pela propaganda, quer por um aparelho censório que se estendeu às atividades
intelectuais e criativas, com particular destaque para os meios de comunicação social. Um povo que não lê jornais é, além de inculto, esprotegido, incapaz de contribuir para o progresso através da ação de
vigilância que a imprensa lhe pro
porciona. O regime ditatorial português travou esse processo de
amadurecimento, que é fundamental na consolidação das democracias, uma vez que a imprensa não cumpria essa função mediadora, da mesma maneira que os portugueses não podiam ter uma visão crítica ou atuante sobre os aspetos mais determinantes da sua cidadania. Deliberada ou mplicitamente, os jornais contribuíram para uma propaganda do Estado, que tinha como intenção a docilidade dos comportamentos coletivos.
Abstract (EN):
During the Portuguese dictatorship regime (1926-1974), a repressive apparatus was held in order to control political, social, economical and cultural activity. This study concerns the structure of the censorship system in a diachronic approach in terms of the means established by the State, the legislation and the censors’ modus operandi. It also presents the ransformations that took place in terms the freedom of press debate in the last years of Marcello Caetano government. In a second moment the
research tries to draw the lines of how the repressive apparatus interfered in the daily Oporto newspapers. To achieve this purpose it is made a characterization of each of the titles profile and the way they interacted with the regime, according to their past mainly described by the experiences of senior journalists that lived this particular moment of the portuguese press history.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific