Resumo (PT):
Introdução: A respiração é um dos fatores que mais influencia a direção do crescimento craniofacial. Uma boa função respiratória é fundamental para um normal desenvolvimento craniofacial. Em contrapartida, uma função respiratória inadequada durante o crescimento condiciona um desenvolvimento adaptado a essa disfunção e pode levar a consequências permanentes a nível esquelético, nomeadamente a nível craniofacial e respetivas relações oclusais. Na maioria das vezes, essa perturbação funcional da função respiratória está associada a obstruções na via aérea superior que podem ter inúmeras causas, sendo as mais comuns a rinite alérgica e a hipertrofia das adenoides. O objetivo desta investigação foi estudar a correlação entre a Morfologia Craniofacial, as Relações Oclusais e as Dimensões da Via Aérea Superior.
Material e métodos: Numa amostra de pacientes ortodônticos foram selecionadas 106 Tomografias Computadorizadas de Feixe Cónico. Foram medidas as variáveis Dento-Esqueléticas (AFI, AFA, AFP, AF, PM, AM, EF, POH) e da Via Aérea Superior (VOL, ASECCmin, ASECC max) com recurso ao programa NemoFab ortho®. A correlação entre as variáveis foi estudada através do coeficiente de Pearson (R). A significância estatística foi considerada para p < 0,05. Toda a análise estatística foi realizada com software SPSS (versão 27 para Windows).
Resultados: No presente estudo não foram encontradas correlações fortes. No entanto, obtiveram-se correlações moderadas entre as variáveis Dento Esqueléticas e as variáveis da Via Aérea Superior (VOL. ASECCmin e ASECCmax). A maior correlação obtida neste estudo para o Volume da Via Aérea foi entre o Volume da Cavidade Nasal e a Altura Facial Anterior (R= 0.506). O Plano Mandibular e a Posição do Osso Hioide apresentaram correlações negativas com o Volume da Via Aérea. O Biótipo Facial não apresentou correlação com o Volume Total da Faringe. À semelhança, a Classe Esquelética também não obteve correlações significativas com o Volume Total da Faringe. Pelo contrário, a Relação Molar revelou que pacientes Classe II apresentam Volume Faríngeo significativamente mais reduzido que pacientes Classe I.
Conclusão: Não houve evidência científica suficiente para demonstrar que o Biótipo Facial e a Classe Esquelética estão correlacionados com o Volume Total da Via Aérea Superior. Em contrapartida, a Relação Molar parece influenciar significativamente no Volume Total da Faringe.
Language:
Portuguese