Resumo (PT):
Vários estudos têm demonstrado que ser polícia é uma actividade desencadeadora de
stress e burnout, por envolver situações de perigo o contacto com o crime (Agolla, 2009;
Blum, 2000; Manuel & Soeiro, 2010; Violanti et al., 2009).
Este trabalho teve como objectivos conhecer os níveis de vulnerabilidade ao stress e
de burnout em polícias portugueses e verificar se existe uma correlação entre estas duas
variáveis. Aproveitando um estágio efectuado na Divisão de Psicologia da PSP, foram-nos
cedidos dados recolhidos em 2011 e relativos a 764 polícias de ambos os sexos a prestar
serviço em Lisboa, avaliados através da versão adaptada para português do Maslach Burnout
Inventory - General Survey (Schaufeli; Leiter; Maslach; Jackson; 1996; Nunes, 2003;
Seabra, 2009) e da Escala de Vulnerabilidade ao Stress 23 QVS (Vaz Serra, 2000).
Os resultados encontrados revelam valores moderados de vulnerabilidade ao stress,
sendo mais elevadas apenas as dimensões de carência e vida adversa. Existem valores
moderados de eficácia profissional, e valores reduzidos de exaustão emocional e cinismo.
Existe correlação significativa positiva entre vulnerabilidade ao stress e exaustão e cinismo.
A eficácia profissional está apenas associada a mais perfeccionismo e a menos inibição. A
vulnerabilidade ao stress aumenta com a idade e os participantes do sexo feminino apenas se
diferencia por ter maior exaustão. Apesar dos valores moderados de vulnerabilidade ao
stress e de valores baixos de burnout, os dados sugerem que a vulnerabilidade ao stress pode
constituir um precursor do burnout, alertando para a necessidade de gerir o stress de forma a
prevenir o burnout.
Language:
Portuguese
No. of pages:
36