Resumo (PT):
A procrastinação do estudo até à proximidade dos exames é comum entre estudantes, sendo previsível que prejudique a aprendizagem e que tenha efeitos cumulativos em cursos com unidades curriculares interdependentes. Contudo, a demonstração destas previsões tem sido limitada pela falta de métricas objetivas de procrastinação. A pandemia COVID-19 impôs alterações abruptas no ambiente académico, desconhecendo-se que consequências teria sobre a procrastinação. Este estudo, realizado durante a pandemia COVID-19, teve como objetivos: implementar um sistema de aprendizagem híbrida (SAH); extrair métricas objetivas de procrastinação; testar a hipótese de que a procrastinação prejudica o autoconhecimento e o sucesso académico. O SAH aplicado na unidade de Fisiologia do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas incluiu: aulas síncronas presenciais e on-line, cujas videogravações permitiram estudo assíncrono; testes formativos semanais; e testes sumativos com vigilância ativa. A procrastinação, medida por registos de testes formativos e estudo por videogravações, associou-se a menor autoconhecimento e a classificações finais significativamente inferiores. Mecanisticamente, os procrastinadores desperdiçam oportunidades de automonitorização, permanecendo autoiludidos e sem consolidar competências. Estes resultados suportam a importância de ações de consciencialização para o problema da procrastinação. As métricas objetivas permitem avaliar como é que alterações futuras nos modelos educativos e nos ambientes académicos influenciam a procrastinação.
Abstract (EN):
Type (Professor's evaluation):
Educational