Resumo (PT):
Neste trabalho estudamos a rotação dos gestores
das empresas portuguesas, com base numa
amostra de 41 empresas cotadas na Euronext
Lisboa, durante o período 2003-2007, com o
objectivo de analisar a sensibilidade da rotação
dos gestores ao desempenho e investigar em
que medida diferentes características de corporate
governance influenciam a incidência de
rotação e a sua sensibilidade ao desempenho.
Encontramos significativa evidência de uma
relação negativa entre a rotação dos gestores e o
desempenho anterior da empresa, resultado que
é consistente com a hipótese de a rotação funcionar
como um mecanismo de disciplina dos
gestores. Por outro lado, os resultados apontam
para que a estrutura accionista possa ter uma
influência significativa sobre a forma como é
exercida a monitorização dos gestores, sendo
que, por um lado, algum grau de concentração da estrutura accionista parece favorecer a monitorização
dos gestores, e, por outro, o tipo de
blockholder presente na estrutura accionista
parece influenciar a forma como é exercida a
monitorização. Os blockholders institucionais
tendem a exercer uma monitorização mais
determinada pelo desempenho bolsista das
empresas, enquanto outros grandes accionistas
(accionistas dominantes ou maioritários) parecem
dispor de uma maior capacidade de
influenciar a actuação dos gestores de forma
mais contínua, embora estejam também associados
a algum potencial de divergência de interesses
face aos accionistas minoritários. Finalmente,
a evidência encontrada favorece a hipótese
de o compromisso de distribuição de dividendos
funcionar como um mecanismo de alinhamento
de interesses que substitui outras formas
de monitorização.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific