Sessão 5: «Temas contemporâneos do Património Internacional: Entre o Local e o Global»
Proponente da sessão: Rodrigo Christofoletti (Grupo de Investigação CITCEM: Património Material e Imaterial )
Resumo da Sessão: No fim do século XX, temas clássicos das relações internacionais como as discussões sobre polaridade do sistema internacional, equilíbrio de poder, segurança, entre outros, cederam espaço a novas linhagens teóricas, que multiplicaram suas produções intelectuais sobre os chamados novos temas das Relações Internacionais que elegeu abordagens mais reativas à realidade contemporânea, como patrimônio cultural, direitos humanos, meio ambiente, além da ampliação do espectro de abrangência de temas correlatos ao universo cultural, sobretudo dos patrimônios culturais, abarcando preocupações com o debate em torno do tráfico e repatriação de bens culturais; a onda de destruição de patrimônios patrocinada por grupos étnicos e religiosos radicais ao redor do mundo; a dimensão cada vez mais protagonista dos direitos humano como direito inalienável, sobretudo frente a leva de migrações forçadas cada vez mais presente no mundo contemporâneo. No âmbito multilateral, esforços de institucionalização de novos princípios e práticas nas Relações Internacionais relacionados a essas questões têm sido feitos em maior escala desde o fim da década de 1990 e início do século XXI, emanadas, sobretudo, da UNESCO. Alguns documentos balizaram tal esforço de institucionalização, tais como as resoluções que adotaram a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural (1972), a Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural (2001), a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (2003) e a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (2005). Nesta oficina busca-se compreender como as relações internacionais tem privilegiado o património e os direitos humanos como novos desafios e busca-se apresentar como esses novos temas tem motivado as relações internacionais a ampliar seu escopo de atenção entre o local e o global, buscando responder a seguinte pergunta: como o soft power tem motivado novas abordagens sobre o patrimônio internacional?