Vera Marisa Costa, investigadora do Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), foi recentemente distinguida com o Prémio Nunes Correa Verdade de Faria 2024, na área temática “Progresso no Tratamento das Doenças do Coração”.
O prémio tem como objetivo distinguir e reconhecer o trabalho inovador desenvolvido pela investigadora na área da cardiotoxicidade, com especial incidência no impacto dos tratamentos oncológicos na saúde cardiovascular.
A cerimónia de entrega dos Prémios Nunes Correa Verdades de Faria, 2024, aconteceu no dia 18 de dezembro de 2024, e decorreu na residência Faria Mantero, o mentor dos prémios.
De acordo com as palavras da investigadora da FFUP, “Este prémio representa o culminar de uma vida dedicada à investigação científica, especialmente na área da cardiotoxicidade. Este reconhecimento reforça a minha motivação para continuar a explorar novos caminhos nesta área e a contribuir, no futuro, tanto para o avanço da ciência quanto para gerar benefícios à sociedade.”
Licenciada em Ciências Farmacêuticas e doutorada em Toxicologia, em ambos os casos pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Vera Marisa Costa especializou-se na área da cardiotoxicidade, e conta já com mais de 15 anos de experiência no estudo dos efeitos cardiotóxicos dos tratamentos oncológicos. Esta área científica, designada por cardio-oncologia, tem sido a principal linha de investigação de Vera Costa, para a qual tem dado o seu contributo promovendo o avanço do conhecimento científico.
Sendo a cardiotoxicidade a segunda causa de morte entre sobreviventes de cancro, e perante as limitações atuais do conhecimento sobre os fatores subjacentes a esse dano e a ausência de terapias preventivas ou curativas, este é um terreno fértil ao qual a investigadora se tem dedicado intensamente.
Aplicando as suas competências em modelos pré-clínicos e colaborações estratégicas, Vera Costa tem desempenhado um papel significativo na pesquisa em cardio-oncologia. O seu trabalho tem-se focado na identificação das vias envolvidas em processos cardiotóxicos, com especial relevo às diferenças de resposta entre diferentes faixas etárias. Paralelamente, tem procurado biomarcadores cardíacos e estratégias preventivas ou curativas para os doentes oncológicos afetados. Com base na sua experiência, a Investigadora tem também promovido ativamente a discussão deste tema na sociedade, participando em diversos grupos de trabalho dedicados à área dos sobreviventes de cancro.