O projeto visa a monitorização ativa da segurança da terapêutica utilizada no contexto da Covid-19 nos hospitais do distrito do Porto e tem, entre outros, o objetivo de criar uma base de dados de reações adversas aos medicamentos (RAM) em doentes com covid-19. Pretende igualmente caracterizar o perfil farmacoterapêutico antes da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 de forma a “avaliar o efeito favorável, desfavorável ou neutro desse perfil no curso da infeção, em termos de suscetibilidade, gravidade e desfecho”.
De acordo com um artigo publicado na Acta Médica Portuguesa (“O papel da farmacovigilância em contexto de pandemia por covid-19”), o projeto irá recolher dados sobre as RAM de forma retrospetiva e prospetiva, sendo que nesta última irá permitir detetar “sinais de risco em tempo real”.
Nesse sentido, a equipa irá rastrear os registos clínicos e monitorizar ativamente a medicação administrada aos doentes com covid-19 identificados nas várias instituições de saúde, inclusivamente após a alta hospitalar.
“As metodologias de monitorização ativa poderão contribuir para se ter uma noção mais exata da realidade das RAM associadas à covid-19 na prática clínica, nomeadamente no que diz respeito aos medicamentos usados no tratamento”, refere o coordenador do estudo.
Além de Manuela Morato da FFUP, o estudo liderado por Jorge Polónia conta com a participação dos investigadores Renato Ferreira da Silva, Inês Ribeiro Vaz, Ana Marta Silva e Joana Marques (Cintesis/FMUP). No projeto colaboram ainda os delegados de farmacovigilância da FFUP, nas respetivas instituições de saúde onde exercem atividade profissional.