Resumo: |
Resíduos de placas de circuito impresso (PCIs) representam cerca de 3% do total de cerca de 50Mt/ano de resíduos
eletrónicos gerados [1]. Estes são constituídos por uma mistura heterogênea de metais, cerâmicos e plásticos. Destas
fracções, a recuperação da fração metálica (em particular Au) constitue a força motriz para reciclagem de PCIs. Uma
vez que os PCIs contêm muitos metais, inclusive preciosos (MPs), em concentrações superiores às existentes nos
minérios, eles constituem uma fonte secundária importante. Mas, devido à sua composição heterogênea e presença
de materiais perigosos, a sua reciclagem adequada é um desafio.
Para além do setor informal de tratamento de PCIs, que ocorre em diversos países, nos países desenvolvidos, o
tratamento de resíduos de PCBs é efetuado através da reciclagem mecânica ou em fundições (via pirometalúrgica
seguida de refinação hidrometalúrgica) [1]. Embora os métodos de reciclagem física sejam simples e ambientalmente
amigáveis, ocorre a formação de poeiras e perda de MPs (cerca de 40%) [1]. Embora as fundições ofereçam
a vantagem de tratar qualquer forma de sucata [2], os processos pirometalúrgicos apresentam inconvenientes
importantes [perda de MPs, geração de emissões perigosas (dioxinas e poeiras com metais)]. Uma vez que os custos
de energia têm aumentado assim como legislação ambiental mais apertada que obriga a avultados investimentos
para as fundições, as vias hidrometalúrgicas para tratamento de poeiras são complexas e geram lamas, todos
estes factos evidenciam a necessidade de desenvolver infra-estruturas metalúrgicas alternativas em pequena escala.
Em oposição à pirometaluriga, a hidrometaluriga permite processar produtos complexos com baixas concentrações
originando produtos finais com elevadas taxas de recuperação de metais à custa de baixo consumo energético e
quase inexistência de emissões gasosas [3]. Uma vez que o Au é a principal força econômica para a reciclagem
de PCIs, urge a necessidade de |
Resumo Resíduos de placas de circuito impresso (PCIs) representam cerca de 3% do total de cerca de 50Mt/ano de resíduos
eletrónicos gerados [1]. Estes são constituídos por uma mistura heterogênea de metais, cerâmicos e plásticos. Destas
fracções, a recuperação da fração metálica (em particular Au) constitue a força motriz para reciclagem de PCIs. Uma
vez que os PCIs contêm muitos metais, inclusive preciosos (MPs), em concentrações superiores às existentes nos
minérios, eles constituem uma fonte secundária importante. Mas, devido à sua composição heterogênea e presença
de materiais perigosos, a sua reciclagem adequada é um desafio.
Para além do setor informal de tratamento de PCIs, que ocorre em diversos países, nos países desenvolvidos, o
tratamento de resíduos de PCBs é efetuado através da reciclagem mecânica ou em fundições (via pirometalúrgica
seguida de refinação hidrometalúrgica) [1]. Embora os métodos de reciclagem física sejam simples e ambientalmente
amigáveis, ocorre a formação de poeiras e perda de MPs (cerca de 40%) [1]. Embora as fundições ofereçam
a vantagem de tratar qualquer forma de sucata [2], os processos pirometalúrgicos apresentam inconvenientes
importantes [perda de MPs, geração de emissões perigosas (dioxinas e poeiras com metais)]. Uma vez que os custos
de energia têm aumentado assim como legislação ambiental mais apertada que obriga a avultados investimentos
para as fundições, as vias hidrometalúrgicas para tratamento de poeiras são complexas e geram lamas, todos
estes factos evidenciam a necessidade de desenvolver infra-estruturas metalúrgicas alternativas em pequena escala.
Em oposição à pirometaluriga, a hidrometaluriga permite processar produtos complexos com baixas concentrações
originando produtos finais com elevadas taxas de recuperação de metais à custa de baixo consumo energético e
quase inexistência de emissões gasosas [3]. Uma vez que o Au é a principal força econômica para a reciclagem
de PCIs, urge a necessidade de desenvolver estratégias hidrometalúrgicas mais simples eficientes relativamente
as de elevada complexidade atualmente disponiveis (ver revisão da literatura). Recentemente, desenvolvemos um
processo hidrometalúrgico simples para reciclagem de Cu a partir de resíduos de PCIs com alto rendimento e pureza
[4]. Estes resultados são encorajadores. Além disso, os nossos resultados preliminares subsequentes (ver Tarefa
2) abrem a possibilidade de responder positivamente a este desafio. Com base nesse fato e no conhecimento
multidisciplinar da equipa, o objetivo principal deste projeto é desenvolver um processo metalúrgico sustentável,
flexível (que se adapte a diferentes concentrações de metais sem comprometer a pureza dos produtos finais) e com
menor pegada de carbono para a valorização de todas as fracções (nomeadamente as de maior valor acrescentado)
dos PCIs minimizando a produção de resíduos (ver informação mais detalhada no Plano e Métodos). |