Resumo: |
Na última década, as alterações económicas a que temos assistido tiveram repercussões em todas as indústrias; até mesmo a indústria farmacêutica, caracterizada pela dificil alteração dos seus processos produtivos, começou a ser pressionada por parte de toda a sua cadeia de valor. Alterar os seus processos de cristalização tradicionais, tipo batch, para processos contínuos começou a ser imperativo nesta nova era. O protocolo Novartis/MIT nos EUA e a criação do novo centro: Centre for Innovative Manufacturing in Continuous Manufacturing and Crystallisation (CMAC), no Reino Unido, no qual estão envolvidas 7 Universidades e 30 indústrias, são exemplos do comprometimento dos governos e da indústria nesta nova revolução no processo produtivo. A fim de se obter uma produção contínua, as investigações têm-se centrado no uso de microreatores, misturadores estáticos e reatores de fluxo oscilatório (OFRs - do inglês oscillatory flow reactors). Este último modelo tem sido preferido pela indústria em detrimento de outros, graças aos excelentes resultados na intensificação da mistura e na previsão de scale-up. Nos últimos anos uma nova geração de OFR tem surgido, os chamados meso-OFR. Estes novos reatores à escala dos milímetros (mesoescala) têm merecido uma enorme atenção por parte da indústria, graças à possibilidade de operarem com baixos volumes e caudais, permitindo reduzir o consumo de reagentes e o desperdício.
Baseada em modelos teóricos e observações experimentais realizadas ao longo dos últimos anos, uma equipa de investigadores, liderada pelo investigador responsável deste projeto, encontrou uma gama de dimensões e design do reator, que soluciona algumas das lacunas normalmente identificadas nos OFRs convencionais, assim como nos meso-OFRs conhecidos até ao momento. Baseado neste novo meso-OFR foi construído um protótipo laboratorial (ver Figura 1). Este desenvolvimento, submetido para proteção intelectual [1], tem sido usado em modo contínuo ou batch para intensif  |
Resumo Na última década, as alterações económicas a que temos assistido tiveram repercussões em todas as indústrias; até mesmo a indústria farmacêutica, caracterizada pela dificil alteração dos seus processos produtivos, começou a ser pressionada por parte de toda a sua cadeia de valor. Alterar os seus processos de cristalização tradicionais, tipo batch, para processos contínuos começou a ser imperativo nesta nova era. O protocolo Novartis/MIT nos EUA e a criação do novo centro: Centre for Innovative Manufacturing in Continuous Manufacturing and Crystallisation (CMAC), no Reino Unido, no qual estão envolvidas 7 Universidades e 30 indústrias, são exemplos do comprometimento dos governos e da indústria nesta nova revolução no processo produtivo. A fim de se obter uma produção contínua, as investigações têm-se centrado no uso de microreatores, misturadores estáticos e reatores de fluxo oscilatório (OFRs - do inglês oscillatory flow reactors). Este último modelo tem sido preferido pela indústria em detrimento de outros, graças aos excelentes resultados na intensificação da mistura e na previsão de scale-up. Nos últimos anos uma nova geração de OFR tem surgido, os chamados meso-OFR. Estes novos reatores à escala dos milímetros (mesoescala) têm merecido uma enorme atenção por parte da indústria, graças à possibilidade de operarem com baixos volumes e caudais, permitindo reduzir o consumo de reagentes e o desperdício.
Baseada em modelos teóricos e observações experimentais realizadas ao longo dos últimos anos, uma equipa de investigadores, liderada pelo investigador responsável deste projeto, encontrou uma gama de dimensões e design do reator, que soluciona algumas das lacunas normalmente identificadas nos OFRs convencionais, assim como nos meso-OFRs conhecidos até ao momento. Baseado neste novo meso-OFR foi construído um protótipo laboratorial (ver Figura 1). Este desenvolvimento, submetido para proteção intelectual [1], tem sido usado em modo contínuo ou batch para intensificação de misturas usando diferentes sistemas multifásicos. Os excelentes resultados obtidos chamaram a atenção das mais importantes indústrias farmacêuticas portuguesas, Hovione e Bial, assim como as empresas internacionais, Nitech e HELgroup, e do maior centro de investigação europeu em cristalização em contínuo, CMAC, encontrando-se vários protocolos em estudo, dois deles já assinados.
Apesar dos resultados ímpares obtidos até ao momento na área da transferência de massa e calor, é fulcral realizar estudos de natureza experimental e teórica associados à cristalização em contínuo de princípios ativos (API), no sentido de garantir uma correta transposição da tecnologia para o tecido produtivo, o principal objetivo deste projeto.
Neste sentido, serão realizados os seguintes estudos:
1. Exploração de perfis de escoamento e de mistura na presença e na ausência de sólidos;
2. Controlo da nucleação em processo contínuo, no sentido de alcançar um controlo/previsão do scale-up;
3. Combinar nucleação/crescimento com as condições de fluxo no sentido de controlar a qualidade do cristal
4. Estudos de scale-up.
Para estes desenvolvimentos estarão associados ao projeto quatro centros de investigação (três nacionais e um internacional) e uma indústria farmacêutica (Hovione).
O objetivo principal do projeto é reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação.
A esperada mudança do processo produtivo tipo batch para modo contínuo na cristalização de princípios ativos, será um exemplo demonstrativo da excelência da investigação ao serviço da sociedade e da economia.
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