Resumo (PT):
Os anos 80 representam uma nova fase no panorama mediático português e, em concreto, na rádio.
É a década do boom das piratas ou rádios livres. Para uma geração de jornalistas, as piratas foram uma inspiração, mas foram sobretudo uma ‘escola’ em que descobriram ou consolidaram vocações. Os que se iniciaram nas ondas ilegais aprenderam com os mais velhos vindos das emissoras nacionais e das antigas colónias, ciosos de implementarem a ‘rádio que sonhavam’ e aquilo em que acreditavam ser o ‘verdadeiro’ jornalismo: isento, fora da agenda institucional ou partidária, que ouvia tudo e todos, que era feito sobretudo na rua e em direto.
A rádio do ‘aqui e agora’ e ‘mais próxima’, diferente da que existia. Os anos 80 marcaram também a formação
quer profissional quer académica dos jornalistas. Depois da criação do primeiro curso universitário, surgem
os centros de formação de jornalistas e organizam-se cursos também para o meio rádio. Este estudo pretende
contribuir para a caracterização do que foi o fenómeno das rádios piratas nos anos 80 na vertente da formação
dos jornalistas radiofónicos. Nesse sentido, além de uma revisão bibliográfica sobre o tema, foram consultadas
reportagens e notícias da época, e entrevistados profissionais do meio. O objetivo é o de melhor compreender
o contributo que as rádios piratas deram para a formação dos jornalistas de rádio. Não se pretende saber se foi
a formação de uma nova geração que mudou o jornalismo radiofónico ou se foi uma nova forma de fazer jornalismo radiofónico que exigiu outra formação. Ambos se vão interligando e influenciando na construção de uma etapa que marcou a história da rádio. O jornalismo radiofónico nos anos 80 desenvolveu-se em novos eixos. As piratas foram ‘escolas’ para uma geração que se afirmou nas redações: a geração pirata.
Abstract (EN):
The 1980s represent a new phase in the Portuguese media landscape and, specifically, in radio. It is the
decade of the boom of pirates or free radio. For a generation of journalists, pirates were an inspiration, but they were above all a ‘school’ in which they discovered or consolidated vocations. Those who started the illegal waves learned from their elders coming from national broadcasters and from the former colonies, anxious to implement the ‘radio they dreamed of ’ and what they believed to be the ‘true’ journalism: exempt, outside the institutional or party agenda , who listened to everything and everyone, which was done mainly on the street and live. The ‘here and now’ and ‘nearest’ radio, different from the one that existed. The 1980s also marked the professional and academic training of journalists. After the creation of the first university course, journalist training centers were created and radio courses were organized. This study aims to contribute to the characterization of what was the phenomenon of pirate radio in the 1980s in terms of the training of radio journalists. In this sense, a bibliographic review on the subject was made, reports and news of the time were consulted, and professionals were interviewed. The objective is to better understand
the contribution of pirate radio stations to the training of radio journalists. It is not intended to know whether it was the formation of a new generation that changed radio journalism or whether it was a new way of doing radio journalism that required other training. Both interconnect and influence the construction of a stage that marked the history of the radio. Radio journalism in the 1980s developed into new parameters. Pirates were ‘schools’ for a generation that made its name in the newsrooms: the pirate generation.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Notes:
Disponível em: https://colecaoicnova.fcsh.unl.pt/index.php/icnova/article/view/24