Resumo (PT):
A avaliação da ingestão de nutrientes é essencial para a definição de políticas de saúde e como orientadora da avaliação analítica dos factores que podem estar envolvidos na ocorrência de doença. Os objectivos deste estudo foram descrever a ingestão energética, de macronutrientes e de etanol e conhecer a prevalência de ingestão inadequada de
macronutrientes em adultos Portugueses, de acordo com o sexo, a idade e escolaridade. Foram avaliados 2389 indivíduos (61,6% mulheres), residentes no Porto, recrutados por aleatorização de dígitos telefónicos. O consumo alimentar foi estimado através de um questionário semi-quantitativo de frequência alimentar, referente aos doze meses anteriores à avaliação, previamente validado. A conversão dos alimentos em nutrientes foi efectuada recorrendo ao software Food Processor Plus®, com adaptações para a composição
de alimentos tipicamente portugueses. A prevalência de ingestão inadequada foi estimada por comparação com os intervalos aceitáveis para a distribuição dos macronutrientes das Dietary Reference Intakes: 10-35% (proteínas), 45-65% (hidratos de carbono) e 20-35% (gordura total). O contributo percentual médio de proteínas, hidratos de carbono, gordura total e etanol
para a ingestão energética foi de 18,4%, 48,9%, 29,3% e 5,0%, respectivamente. Genericamente foi encontrada uma relação inversa da ingestão energética e dos macronutrientes com a idade e uma relação directa com a escolaridade dos indivíduos. Os homens com 50-64
anos e menos escolarizados (≤ quatro anos) apresentaram os consumos de etanol mais elevados. Mais de 80% dos indivíduos do Porto apresentou ingestões de macronutrientes de acordo com os intervalos aceitáveis preconizados nas Dietary Reference Intakes. A gordura foi o macronutriente para o qual se observou uma maior prevalência de ingestão inadequada (17,1% nas mulheres e 21,0% nos homens).
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Contact:
acmatos@med.up.pt