Resumo (PT):
Abstract (EN):
<jats:p>Introdução: A azoospermia caracteriza-se pela ausência total de espermatozoides no ejaculado e pela impossibilidade de o casal conceber com espermatozoides do próprio, sendo o tipo de infertilidade que mais impacta o casal. Pelo aumento de casos de infertilidade masculina relatados após a infeção por SARS-CoV-2 pensa-se que haja uma relação direta com a infeção por este vírus. Descrição do caso: Utente do sexo masculino, 42 anos, vive com esposa e filha, sofreu uma infeção por SARS-CoV-2 em 2022. Sem antecedentes relevantes ou medicação habitual. Em janeiro/2024 recorre à sua médica de família (MF) por infertilidade secundária, após 14 meses de tentativas sem sucesso de engravidar a esposa, estando os exames realizados dentro da normalidade. Foi solicitado um espermograma, que revelou ausência total de espermatozoides e de células germinativas imaturas. A contra-análise, realizada em março/2024 numa clínica especializada, confirmou azoospermia. Perante os resultados, a MF referenciou o utente para urologia. Em maio/2024, o urologista solicitou exames hormonais e ecográficos, cujos resultados estavam dentro dos parâmetros normais. Perante a ausência de causa identificada foi sugerida biopsia testicular, recusada pelo utente. O casal optou por não prosseguir com os estudos nem recorrer a técnicas de reprodução medicamente assistida. Na consulta programada de julho/2024 foi oferecido apoio psicológico, tendo em conta o impacto emocional e social da situação. Comentário: Com base na história clínica e na literatura atual, a infeção por SARS-CoV-2 surge como a causa mais plausível da azoospermia apresentada. Apesar da aceitação do diagnóstico pelo casal, a situação representa uma perda significativa. Destaca-se, assim, o papel fundamental do MF no apoio emocional, orientação e acompanhamento ao longo do processo.</jats:p>
Language:
English
Type (Professor's evaluation):
Scientific