Resumo (PT):
A criação de cursos específicos para a formação de professores é relativamente recente em
Portugal. Entre 1930 e 1970 tais formações não existiam, com a exceção dos docentes do 1º
ciclo e dos professores de educação física (Santos & Martins, 2016). Com a publicação da Lei
de Bases do Sistema Educativo, em 1986, institui-se um sistema de formação para a
docência cuja estrutura se manteve inalterada até 2007, data a partir da qual passou a ser
exigido a obtenção do grau de mestre no âmbito do novo regime jurídico da habilitação para a docência. Todavia, as necessidades do sistema educativo ao nível da profissionalização de professores, especialmente entre as décadas 60 e 80, nunca foram completamente
satisfeitas, obrigando o poder político a criar formas alternativas de formação docente,
como a profissionalização em serviço (Formosinho, 1987). A partir do início deste século,
com a combinação entre a diminuição do número de estudantes no sistema público de
educação, motivada por questões de evolução demográfica, e a formação de docentes
instalada nas instituições do ensino superior, começou a emergir a perceção de que os
cursos de formação de professores não tinham saídas profissionais. A procura por estas
formações baixou de forma substancial e durante muito tempo ninguém antecipou que a
aposentação dos docentes iria colocar problemas sérios ao sistema público de educação. Só
recentemente é que o poder político e a própria academia começaram a perceber estarmos
perante um problema muito sério para o qual não existem soluções fáceis. Nesta
comunicação descrever-se-á a história deste processo e analisar-se-ão vários cenários
suscetíveis de serem adotados num futuro próximo.
Abstract (EN):
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
No. of pages:
2